Avaliar a participação da mulher no cooperativismo paranaense, discutir os desafios e caminhos para a sustentabilidade no âmbito do setor e promover uma maior integração entre as lideranças femininas. Com estes objetivos, acontece nesta quinta e sexta-feira (02 e 03/09), no Hotel Tulip Inn Santa Felicidade, em Curitiba, o 5.º Encontro Estadual de Lideranças Femininas Cooperativistas (Elicoop). Cento e vinte mulheres, entre cooperadas, esposas e filhas de cooperados, participam do evento, que é promovido pela Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) e Sescoop/PR (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo). "Cooperativismo sustentável: nós podemos, nós fazemos" é o tema desta edição.
Reflexão - A programação do 5.º Elicoop foi aberta oficialmente pelo presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, que, além de agradecer a presença das participantes, destacou a iniciativa dos dirigentes das cooperativas que apoiaram a vinda de suas lideranças femininas e, com isso, deram um exemplo de que efetivamente valorizam e incentivam a participação da mulher no cooperativismo. Em seu discurso, o dirigente também propôs uma reflexão sobre o que é urgente e importante na vida de cada um. "Hoje isso é um dilema da sociedade e, muitas vezes, acabamos deixando de fazer o que é mais importante, ou seja, aquilo que vai nos promover como pessoa. Temos que refletir sobre isso", afirmou o dirigente, propondo ainda que cada um dê uma "parada" na sua vida e avalie com profundidade o seu relacionamento na família, no trabalho e até o seu comportamento como ser humano. "Isto é algo imprescindível. Quais questões estão afetando o meu dia a dia? O que eu preciso fazer para mudar e ser mais feliz? Vamos pensar sobre isso", provocou.
A mulher e o cooperativismo - Segundo ele, quando se fala em família, o ente que faz a diferença é a mulher. "A mulher é a mais sensível, exerce a emoção com mais propriedade, é mais cautelosa, sabe harmonizar relacionamentos e acredita que tudo é possível para alcançar a felicidade. A família gira em torno da mulher", disse. O dirigente completou ainda que a mulher nem sempre é valorizada como deveria, inclusive, no cooperativismo. "E pelos princípios e valores que norteiam a cooperação, a valorização feminina deveria ser exercida com mais intensidade. Mas as coisas estão mudando, pois a mulher cooperativista paranaense está tendo um maior espaço dentro do setor", afirmou Koslovski, lembrando que no Estado já há mulheres presidentes, conselheiras e gerentes de cooperativas e que exercem seus cargos com muita competência. "Dar a oportunidade para que a mulher exerça o seu potencial em todos os campos tem mudado o perfil de muitas cooperativas. Comprovadamente, a cooperativa que estimula a participação feminina é mais humana, mais participativa, mais comprometida, mais solidária, mais efetiva e eficaz nas conquistas voltadas para a sociedade", frisou.
Desafio - O dirigente encerrou sua explanação afirmando que as participantes do Elicoop têm um grande desafio pela frente, que é colocar seus talentos e conhecimentos a serviço das demais mulheres que integram o cooperativismo do Estado. "Vocês têm um papel fundamental. São líderes e o exemplo que levarão para suas famílias, cooperativas e comunidades irão virar referência. Há muitas outras mulheres que querem ser igual a vocês. Tenho certeza de que cada mulher presente no Elicoop tem capacidade para fazer do cooperativismo do Paraná o autêntico cooperativismo, aquele que promove as pessoas, valoriza o ser humano, gera renda e emprego, distribui resultados e faz as pessoas mais felizes", concluiu.
Quadro social - A programação do 5.º Elicoop desta quinta-feira teve ainda a palestra "Organização do quadro social - a importância da família na vida da cooperativa", ministrada pelo presidente da Central Sicredi PR/SC, Manfred Dasenbrock. Segundo o dirigente, sua participação no evento teve como objetivo falar sobre a experiência cooperativista, inclusive internacional, e também sobre a forma como o mundo vê o cooperativismo brasileiro e paranaense. "Em alguns países, o cooperativismo, em especial o ramo crédito, perdeu a conexão com a família, por isso o Brasil está sendo visto com modelo", disse Dasenbrock, referindo-se ao trabalho realizado por muitas cooperativas voltado à organização do quadro social e promoção da pessoa. Na sua opinião, é importante que as cooperativas envolvam as mulheres e filhos dos cooperados, porque a família é núcleo da sociedade, o embrião da cooperação e da cidadania e também quem irá garantir a perenidade dos empreendimentos. "Uma boa prática em cooperativa é governar o presente com os olhos no futuro", pontuou. Em relação à participação da mulher no cooperativismo, Dasenbrock lembrou que o ideal, em qualquer setor econômico, é"