O Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC) deu início à sua 7ª edição nesta segunda-feira (18) na sede da Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos da Universidade de Brasília - UnB). Serão três dias de apresentações dos trabalhos aprovados, palestras e seminários sobre o cooperativismo.
O evento foi aberto pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas. "A pesquisa é fundamental para as cooperativas. Através das pessoas que se dedicam à pesquisa, nós construímos um pilar fundamental para que o cooperativismo possa continuar sua jornada", declarou.
Nessa edição, o tema é Sustentabilidade no Cooperativismo: Competitividade, Inovação e Diversidade. Para dar início às discussões, a professora Isabel Grimm, especialista em projetos e pesquisas em sustentabilidade com ênfase em ESG, ministrou a Aula Magna do evento com o título ESG: Uma Abordagem Moderna de Sustentabilidade para o Cooperativismo.
A professora iniciou sua fala com uma contextualização e análise histórica a partir da Revolução Industrial e destacou o surgimento de um novo modelo civilizatório que gerou problemas como a degradação ambiental e a desigualdade social. O surgimento do cooperativismo foi citado como uma resposta a esses desafios, a fim de contribuir para a sustentabilidade.
A apresentação também abordou a crise civilizatória atual e enfatizou as desigualdade sociais e os impactos causados por mudanças climáticas. Grimm ressaltou a importância de uma abordagem ampla de sustentabilidade que consiga englobar dimensões econômicas, culturais e sociais.
Para ela, o ESG traz resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidades. "O ESG amplia a competitividade do setor empresarial, seja no mercado interno ou exterior. É a indicação de solidez, custos mais fixos e melhor reputacão", disse.
ESG nas cooperativas
O foco da aula foi a integração do ESG nas cooperativas. Isabel destacou a necessidade de adotar princípios de governança que considerem o meio ambiente e a sociedade com a finalidade de promover um desenvolvimento mais sustentável. Ela encorajou as cooperativas a adotarem esses critérios para melhorar sua competitividade.
Segundo a professora, o ESG precisa crescer junto com as cooperativas. Para ela, é preciso adotar critérios ambientais, sociais e de governança que estabeleçam novas estratégias de negócios. "Para começar a pensar em ESG no cooperativismo é necessário trabalhar a partir da seleção de indicadores como missão e valores das cooperativas de todos os portes e ramos", afirmou.
Isabel abordou o cenário atual do ESG no Brasil e constatou que os princípios cooperativos estão alinhados com esses conceitos. A professora acredita que o cooperativismo já contribui para o desenvolvimento sustentável por meio de ações concretas, incluindo práticas de governança cooperativa e seu impacto positivo nas comunidades.
Durante a apresentação, a professora enfatizou a relevância de uma liderança engajada com os princípios ESG, sendo este, um fator fundamental para o progresso das cooperativas em boas práticas. Isabel acredita que a busca pela sustentabilidade deve estar no topo da lista de prioridades, pois a adoção das estratégias ESG e dos critérios de sustentabilidade pelas cooperativas pode contribuir significativamente para o bem-estar social.
A apresentação foi concluída com ênfase para os futuros desafios que envolvem a integração do ESG nas cooperativas com a necessidade de pensar no futuro em um mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo). "É fundamental que as cooperativas se adaptem a esse cenário dinâmico e busquem soluções inovadoras para garantir um desenvolvimento sustentável. A jornada rumo à sustentabilidade é um passo fundamental para o progresso e a prosperidade das cooperativas e de suas comunidades."