A promoção de uma economia de baixo carbono aliada à inclusão social são os principais focos da estratégia de negócios da Cooperativa Central de Comercialização Extrativista no Acre, a Cooperacre. Sua atuação pioneira na valorização da floresta amazônica e na promoção de uma bioeconomia sustentável será destacada no painel Cooperativas: aliadas da sustentabilidade ambiental e segurança alimentar, neste sábado (9), durante a 28ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes. Coordenado pelo Sistema OCB, o painel apresentará cases de sucesso do cooperativismo no desenvolvimento de atividades que aliam produtividade e preservação ambiental.
Marco Morato, coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, ressalta que a Cooperacre é referência em organização social e cooperação. “A bioeconomia que eles promovem gera emprego e renda para as famílias envolvidas e permite o desenvolvimento de uma atividade extrativista que mantém a floresta em pé. É um exemplo significativo de como é possível gerar um negócio rentável, respeitando o meio ambiente. O sucesso da cooperativa é tão pujante que, atualmente, ela já exporta seus produtos para nove países”.
Os detalhes sobre as atividades desenvolvidas pela Cooperacre serão apresentados por Sebastião Nascimento de Aquino, membro do conselho da cooperativa. Ele falará falar sobre a compra de produtos extrativistas da floresta nativa, sobre o sistema agroflorestal adotado, sua diversidade e os processos de plantio. "Vamos reforçar o trabalho da cooperativa como um agente que contribui para o desenvolvimento da nossa comunidade e que respeita o meio ambiente", disse.
Sobre as expectativas em torno da COP 28, Sebastião afirma serem de impacto positivo para o fortalecimento das atividades desenvolvidas. "Esperamos que nosso país se comprometa, junto com os demais países, com a causa amazônica. Que possam apoiar as nossas cooperativas, associações e demais instituições para trabalhar de forma sustentável".
União
Fundada em 2001, a Cooperacre surgiu da necessidade de unir cooperativas extrativistas do estado do Acre em busca de melhores oportunidades e negócios para os produtos da floresta. Atualmente, a cooperativa é responsável pela maior produção de castanha-do-Brasil beneficiada do país e quer se tornar a maior do mundo. Sua atuação se estende por 18 municípios e reúne mais de 2,5 mil famílias cooperadas, 12 cooperativas singulares e 25 associações. Com 87% das florestas preservadas, a cooperativa garante um ambiente propício para o desenvolvimento econômico sustentável e contribui para a melhoria da vida das comunidades da região.
A cooperativa é parceira do Fundo da Amazônia, criado pelo governo federal, e apoia projetos de gestão de florestas públicas, manejo florestal sustentável, monitoramento e combate ao desmatamento O projeto Fortalecendo a Economia de Base Florestal Sustentável, concluído em 2019, recebeu investimentos do fundo e beneficiou pequenos produtores rurais e extrativistas na otimização da logística de armazenamento e transporte de frutas; melhoria do beneficiamento da castanha-do-Brasil; agregação de valor e diversificação de produtos; aprimoramento das estratégias de comercialização; e capacitação da rede de filiados em gestão cooperativa.
A Cooperacre também investe em tecnologia e inovação para garantir a qualidade e segurança de seus produtos, com uma abordagem que tem contribuído para a expansão dos mercados nacionais e internacionais, fortalecendo sua posição como referência na produção sustentável. Com três armazéns, três indústrias de beneficiamento e galpões comunitários estrategicamente distribuídos, a cooperativa é destaque na produção orgânica e livre de toxinas, o que aumenta a credibilidade de seus produtos e atrai a atenção de grandes indústrias alimentícias globais.
Saiba mais sobre o case Cooperacre no especial sobre a COP 28 do site Cooperação Ambiental