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De olho no mercado

O ano de 2020 encerrou com uma boa notícia para milhares de cooperativas brasileiras que planejam alcançar o mercado internacional. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) firmaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para incrementar ainda mais as vendas de produtos brasileiros no exterior.

O documento prevê o intercâmbio de informações e o desenvolvimento de inteligência comercial para apoiar o segmento, promovendo a qualificação para exportação, além da difusão da cultura exportadora no setor. A promoção das cooperativas nos mercados estrangeiros inclui o apoio na participação em eventos presenciais e virtuais, rodadas de negócios, feiras e missões. Além disso, amplia recursos e estruturas para expandir a visibilidade no exterior. 

Como as exportações de produtos oriundos das cooperativas não dependem apenas da capacidade de produção, é necessário atender a requisitos internacionais para alcançar resultados, como conhecer as regras para rotulagem, padronização de produtos e questões sanitárias, por exemplo.  Na prática, o acordo representa a abertura de uma fronteira gigante com a preparação das cooperativas para chegarem a mercados de qualquer país do mundo.

Na avaliação do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a assinatura do acordo significa uma nova fase do movimento cooperativista.

Já temos uma certa tradição, entre as cooperativas, no que diz respeito ao processo de exportação de algumas grandes commodities, mas queremos ampliar essa base, e o cooperativismo necessita desta alavanca, desta ajuda para continuar crescendo e aumentando o seu espaço no mercado internacional. Por isso, fomos buscar essa aliança com quem entende do assunto’, disse Lopes de Freitas.

Na opinião do presidente, a parceria já nasce com projetos sólidos para a construção de espaços para as cooperativas, não só as grandes, mas também as de menor porte. “Queremos atuar com frutas e produtos da Amazônia, produzidos nas agro florestas, frutas do nordeste e do cerrado, produtos com valor agregado diferente. Vamos dar canal de vazão aos produtos agropecuários brasileiros, que são muito importantes para rentabilizar e manter uma qualidade de vida cada vez maior, sem falar na capacidade de aumentar a geração de empregos que podemos dar na base”, explica.

SINERGIA

Crédito: Adobe Stock



Durante o evento da assinatura do acordo, realizado online e transmitido ao vivo pela internet, o presidente da Apex-Brasil, Sérgio Segóvia, fez questão de destacar a importância do cooperativismo para o País. Para ele, o movimento remete ao pensamento coletivo de união para enfrentar os desafios e facilitar o desenvolvimento, permitindo mais integração entre produtores e empresários por meio dos seus mais diversos arranjos.

“São 450 mil empregos diretos, R$ 350 bilhões em ativos e R$ 260 bilhões em receitas geradas. Estimo que de tudo o que consumimos no Brasil, metade é originado no ambiente cooperativista. Esses números apenas ratificam o potencial desse segmento”. Na ocasião, Segóvia salientou as ações da Organização das Cooperativas Brasileiras.

Muito do que somos hoje, em termos de cooperativismo, deve-se ao exemplar trabalho de fomento e representação que a OCB vem empreendendo ao longo dos últimos 50 anos. A OCB não representa apenas números expressivos, mas também valores intangíveis que as cooperativas produzem em benefício do desenvolvimento nacional, como a igualdade e as oportunidades e suas entregas voltadas para a sustentabilidade econômica, social e ambiental”, concluiu o presidente da Apex.

Apesar da sinergia que já existia entre as duas instituições, sobretudo em relação às cooperativas do agronegócio, o acordo permitirá a customização das ações da Apex para o setor, por conta das diferenças que existem entre a estrutura das cooperativas e das empresas convencionais, que já fazem parte da rotina da Apex.

 

FOCO NO AGRO

Crédito: Adobe Stock

Neste fortalecimento da integração da cadeia produtiva do agronegócio com foco nas ações voltadas ao mercado internacional, o acordo vai promover o intercâmbio de informações entre as partes. A inteligência de mercado vai apoiar as cooperativas brasileiras inicialmente na sua qualificação para exportação e fundamentalmente para consolidar a cultura exportadora no setor. Segundo a Apex-Brasil, existem cerca de 120 cooperativas que já exportam, mas ainda há um espaço enorme para ampliar essa participação.

Para isso, serão desenvolvidas ações no Brasil e no exterior, com feiras, rodadas de negócios, qualificação, estudos sobre competitividade, entre outras atividades. 

A Apex tem interesse em que o setor cooperativo brasileiro seja reconhecido no mundo inteiro pela sustentabilidade e responsabilidade social, que é a marca, é a cara do cooperativismo brasileiro”, mostra o gerente de Agronegócio na Apex-Brasil, Márcio Rodrigues.

A cooperação ainda contará com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE). A expectativa é promover oportunidades de negócios internacionais com uma gama de serviços ofertadas pela Apex- Brasil por meio dos seus escritórios no exterior a partir da relação direta com as embaixadas brasileiras, o que vai permitir uma atuação mais robusta do cooperativismo nacional no mundo.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também participou do evento. Ela acredita que a internacionalização trará uma expertise maior para as cooperativas, sobretudo para as médias e pequenas. “Esse projeto já nasce com muito sucesso.A minha certeza do nosso sucesso é com base na qualidade das cooperativas brasileiras, com o que podemos levar para fora, com o que iremos trazer de volta, com a competência comprovada da Apex e da OCB, além da vontade de todos do Mapa”, disse confiante.



Esta matéria foi escrita por Luciana Vieira e está publicada na Edição 32 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação


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