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Derrubando preconceitos

A Cooperativa de Egressos e Familiares de Egressos (Coopereso) de Sorocaba (SP) surgiu em 2004 com o objetivo de ajudar ex-presidiários, chamados egressos porque deixaram o sistema prisional, a conseguirem trabalho. “A cidade era preconceituosa em relação a essas pessoas e não oferecia possibilidades de emprego”, lembra a presidente Miraci Cugler.


A ideia de criar uma cooperativa surgiu em reuniões de egressos com a equipe da Fundação de Amparo ao Preso (Funap). No entanto, os primeiros anos de trabalho mostraram que vencer o desafio do preconceito não seria fácil. A proposta de uma cooperativa de reciclagem não vingou porque muitos comerciantes temiam furtos e não queriam os egressos circulando por seus estabelecimentos.


Foram três anos difíceis, até que em 2007 a Coopereso firmou convênio com o município para realizar a manutenção de praças e espaços públicos – com podas, jardinagem e pequenos reparos. A partir dessa chance, os egressos puderam mudar o olhar da população sobre sua categoria.


Há dez anos, quando se formaram as equipes nas praças públicas para fazer as atividades, os moradores chamavam a viatura para saber o porquê daquelas pessoas estarem ali pois temiam que se juntassem para furtar as casas ao redor. Hoje é o contrário. Quando a comunidade têm problema em uma praça, ligam e perguntam onde está a nossa equipe para resolver aquele problema.”


Atualmente, há 110 cooperados na Coopereso, mas o número já chegou a 190. Segundo Miraci, o modelo cooperativo funciona bem porque “cada componente, cada pessoa é importante tanto para o projeto coletivo quanto para construir nova perspectiva de vida”. O índice de reincidência entre os que passaram pela cooperativa é de apenas 1%.


“Tentamos passar para o egresso que há uma oportunidade de vida dentro da legalidade. Nos seis primeiros meses, a pessoa sai do sistema prisional revoltada contra o Estado, sentindo que não fizeram nada por ela. Quando encontra essa oportunidade, ela tem uma mudança de mentalidade, um resultado positivo e sai abraçando a causa”, diz.


Além do emprego, a Coopereso também oferece apoio psicológico e assistência social.

Trabalhamos com núcleo familiar, tentamos decifrar se a pessoa tem problema com os filhos, com os pais e buscamos dar uma assistência completa”.


Com o tempo, alguns encontram emprego noutras empresas, outros tornaram-se empresários e os que deixam a cooperativa a indicam para novas pessoas e vão renovando as oportunidades. Há ainda aqueles que seguem na cooperativa e se envolvem com sua gestão, tornando-se também diretores, conselheiros e gestores. “Numa cooperativa o que se prega é que todos somos iguais. Quem vem demonstrando interesse, acaba por encabeçar funções e assim temos crescido para nos sentirmos parte da sociedade e integrarmos mais pessoas”, resume a presidente.

Cada componente, cada pessoa é importante tanto para o projeto coletivo quanto para construir nova perspectiva de vida.”
Miraci Cugler. Presidente da Coopereso


PRINCÍPIOS COOPERATIVISTAS E AGENDA 2030

A inclusão econômica e comunitária de grupos em situação de vulnerabilidade social atende ao 7º princípio cooperativista, o “interesse pela comunidade”. Além disso, ao estimular o aperfeiçoamento contínuo de seus cooperados ou funcionários atende também ao 5º princípio, que se refere à promoção de “Educação, Formação e Informação”.
Mas não é só isso. O trabalho com grupos socialmente ou economicamente marginalizados também tem tudo a ver com os objetivos da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que têm sido incentivados por entidades cooperativas internacionais por proporem metas muito similares às que as cooperativas já vêm realizando há anos.


FIQUE LIGADO
As cooperativas apresentadas nessa matéria ajuda a cumprir os seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030


Esta matéria foi escrita por Naiara Leão e está publicada na Edição 25 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação


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