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A Semana de Competitividade do Cooperativismo 2023 recebeu o Encontro Nacional do Ramo Transporte nesta segunda-feira (7). Com representantes de todo o país, o evento fez um apanhado sobre o futuro do segmento, a necessidade de processos de intercooperação para alavancar novas oportunidades e avançar na melhoria dos serviços prestados, bem como na atenção às atualizações normativas juntamente com seus impactos e oportunidades. Representantes da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) também participaram e fizeram exposições.
A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, fez a abertura e destacou a importância da parceria com a ANTT e dos avanços no Legislativo, como a inclusão do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo na Reforma Tributária (PEC 45/19), que impacta positivamente todo o movimento cooperativista. “O ato cooperativo é nossa espinha dorsal e conquistamos a inclusão de maneira conjunta e sistêmica. Precisamos comemorar, e muito, principalmente por vocês que constroem o cooperativismo de transporte. Quero destacar que para avançar ainda mais precisamos retirar do papel os processos de intercooperação. Nosso momento é de otimismo, já que vivemos um momento importante e maduro que nos permite alcançar melhores resultados”, declarou.
José Aires Amaral Filho, superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas da ANTT, Marcelo Vinaud Prado, servidor que já ocupou a a diretoria-geral coordenaram o painel O futuro do Transporte, moderado pelo coordenador nacional do Ramo Transporte e presidente da CNTCoop, Evalto Mattos. “O transporte no país é um desafio social. Precisamos de rodovias melhores. Mais de 70% das cargas passam pelo transporte sobre rodas, o agro está crescendo e precisamos intercooperar, nos ajudar mutuamente. O primeiro degrau para isso é o relacionamento, que a OCB tem feito com maestria. O segundo é a confiança e com ela alcançamos o terceiro que é a intercooperação, que virá por consequência”, pontuou Mattos.
José Amaral fez um apanhado das ações da ANTT, especialmente para tornar o segmento cada vez mais moderno. Ele salientou a digitalização do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), em 2020, como forma de facilitar o acesso e desburocratizar os serviços. Contou ainda sobre a revisão do vale pedágio obrigatório para possibilitar melhores condições no desenvolvimento das atividades e permitir que o setor acompanhe os avanços proporcionados pelas tecnologias e salientou a necessidade de novos incentivos.
“Queremos ser protagonistas no segmento de transportes do Mercosul. Temos construído dentro do acordo de cooperação técnica com o Sistema OCB diversos desafios e oportunidades. Hoje estamos nos debruçando na questão do e-commerce e outras formas de operação. Essa parceria tem nos mostrado mais sobre o cooperativismo para termos uma visão clara de qual o papel da agência diante destes novos processos que o setor vem vivenciando. Sabemos da importância da revolução tecnológica para otimizar nossa grande frota. Temos dois grandes players e o cooperativismo é um deles. Estamos também nos estruturando dentro do ESG”, disse.
O superintendente contou ainda que a agência está investindo em tecnologias e digitalização de dados e que pretende, dentro do RNTRC, criar selos de responsabilidade ambiental, social e de governança. “Nada melhor que o mercado para dizer quem é bom e quem é ruim. Em dez anos essa transição será natural e cada vez mais teremos um consumo consciente e, com isso, uma vantagem competitiva. Esperamos contar com o cooperativismo para desempenhar cada vez melhor esse papel”.
Marcelo Vinaud, por sua vez, salientou a importância do modelo de negócios cooperativista e questionou o porquê de ele não ser adotado em todo país. “É o que mais faz sentido quando pensamos em relacionamento, crescimento e trocas de experiências e tecnologias. O Ramo Transporte é surpreendentemente estruturado”, iniciou. Ele falou sobre os projetos que estão sob a alçada da agência e anunciou que o Governo Federal pretende investir mais em ferrovias. “Há muitos produtos que podem e devem ser transportados por via férrea como os grãos e minérios”, afirmou.
Segundo ele, a ideia do governo é primeiramente reestruturar os trechos já existentes, especialmente as ferrovias litorâneas que devem voltar a funcionar em um horizonte de 5 a 6 anos. Já sobre o transporte rodoviário, ele defende que é o primeiro a chegar nos locais de destino, o principal no transporte de máquinas e maquinários. “Estamos alinhados com o Ministério dos Transportes em um projeto onde o Brasil seja protagonista na descarbonização também no transporte rodoviário, com a adoção de caminhões elétricos para que sejamos cada vez mais sustentáveis. Isto está diretamente ligado às oportunidades de negócios. Temos conversado com o BNDES que está ajustando linhas de créditos para essa transição, que é quase que um fomento obrigatório para o segmento”, pontuou.
As atualizações normativas que afetam o transporte de carga ou passageiros foram explanadas pelos advogados do Sistema OCB, Ana Paula Andrade Ramos, Bruno Vasconcelos e Suellem Menezes. Eles fizeram um panorama sobre a aprovação da Reforma Tributária (PEC 45/19) e a importância da inclusão do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo; sobre o acompanhamento das inconstitucionalidades presentes nas leis 13.013/15 (lei do motorista), bem como as ações junto ao Supremo Tribunal Federal (ADI 5322); e sobre a atualização das exigências de exame toxicológico para motoristas (Lei 14.599/23, que versa também sobre outras medidas).
Ao final, cooperativistas expuseram cases de intercooperação entre os ramos Transporte e Agro e entre cooperativas de transporte. Eles instigaram os presentes a levar adiante o princípio do coop para levar os negócios mais longe.
O protagonismo do movimento cooperativista no Ramo Agropecuário foi apresentado na 78ª edição da Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), que aconteceu entre os dias 8 a 11 de agosto, em Gramado (RS). O evento teve por objetivo apontar oportunidades e demonstrar soluções tecnológicas aos profissionais e representantes de entidades ligadas ao segmento. O coordenador do Ramo Agro do Sistema OCB, João Prieto, foi convidado a expor no painel Cooperativas como ferramentas para o desenvolvimento de pequenos produtores rurais.
Na ocasião foram apresentados as potencialidades que os produtores rurais inseridos no cooperativismo podem alcançar em detrimento aos agricultores não cooperados. Para se ter uma ideia, dos 1 milhão de cooperados distribuídos em 1.185 cooperativas, que geram mais de 249 postos de trabalho, 71,2% dos agricultores têm perfil da agricultura familiar. Em assistência técnica e extensão rural, 63,8% deles são atendidos, enquanto no contexto nacional somente 20,2% dos produtores são atendidos. Além disso os associados e suas cooperativas são responsáveis por 75% da produção de trigo, 55% de café, 53% de milho, 52% da soja, 50% dos suínos, 48% do algodão, 46% do leite e 43% do feijão.
“Esses números ressaltam o ciclo virtuoso do cooperativismo que, por sua capilaridade, consegue levar conhecimento para os produtores mais próximos e mais afastados dos grandes centros. A prosperidade gerada está alinhada aos ganhos econômico, social e ambiental. A assistência técnica é uma potencializadora do pequeno produtor, pois se empenha em oferecer as melhores soluções em diferentes regiões com atendimento personalizado, racionalizado, com adoção de práticas sustentáveis, alocação de recursos eficientes, incentivo à pesquisa e foco em fazer mais com menos. São cerca de dez mil técnicos auxiliando nossas cooperativas e associados. A evolução tecnológica, dentro do cooperativismo, também traz aspectos éticos e sociais da transição energética”, considerou Prieto.
Ainda segundo ele, o cooperativismo atua em todos os elos da cadeia produtiva, desde o acesso a insumos como mudas, fertilizantes, defensivos e rações, até a comercialização com acesso a mercados de redução de assimetrias. A atuação se dá ainda no processo de armazenagem e agroindustrialização, com agregação de valor e maior controle de qualidade dos produtos. “Atuamos em diversos segmentos e representamos 65% do total de insumos e bens de fornecimento, 58% de produtos não industrializados de origem vegetal e 34% de produtos não industrializados de origem animal. Os resultados financeiros também ressaltam os olhos e, em 2022, o ramo contava com ativo total de R$ 266.5 bilhões, um capital social de R$ 22 bilhões, e um total de sobras, distribuídas entre todos os cooperados, de R$ 22,5 bilhões”, pontuou o coordenador.
No âmbito do cooperativismo, Prieto lembrou que já é comum a disseminação das inovações por meio da capilaridade, que tem dado aos produtores acesso à maquinários modernos, utilização da internet das coisas, de drones e sensores e da utilização da ciência de dados para uma agricultura de precisão e uso racional de insumos para uma produtividade sustentável e ambientalmente correta. “As cooperativas são meios de difusão de inovação de tecnologias e conhecimentos, são a porta de entrada e filtro para reverberar as boas práticas para otimizar e aumentar a produtividade”, classificou.
Para concluir sua participação, ele apresentou alguns pleitos do Ramo Agro presentes na Agenda Institucional do Cooperativismo. Dentre eles foram citados a otimização de linhas do crédito rural, incentivos à agricultura familiar por meio de programas do governo, como compras públicas; a defesa agropecuária com a classificação de produtos vegetais e defensivos; avanços nas aplicações dos critérios previstos no Código Florestal; incentivo ao chamado Agro 4.0 e a Conectividade Rural; além de temas como tributação agropecuária, comércio exterior, garantia de renda ao produtor e regularidade de abastecimento.
Prieto dividiu o painel com a deputada e coordenadora de Tecnologia e Inovação no Campo da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), Marussa Boldrin; do coordenador da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Francisco Rodrigo Martins; e do vice-presidente da CNA, José Mário Schreiner. O evento realizado desde 1940 é referência na área tecnológica. Promovido pelo Sistema Confea/Crea, vem reunindo ao longo dos anos milhares de participantes que debatem e propõem soluções a temas ligados ao desenvolvimento do agro e à infraestrutura brasileira para o segmento.
- Nenhum
As contribuições do cooperativismo na promoção dos diversos setores de atividade econômica do Brasil foram tema de audiência pública promovida pela Comissão de Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS), da Câmara dos Deputados, nessa terça-feira (1º). A gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta, dividiu a mesa de expositores com representantes dos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), das Relações Exteriores (MRE), do Trabalho e Emprego (MTE) e da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). O encontro foi solicitado pelo coordenador do Ramo Infraestrutura da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado Heitor Schuch (PSD-RS).
Segundo o parlamentar, o cooperativismo vem ganhando cada vez mais protagonismo na sociedade brasileira e impactando positivamente no desenvolvimento da indústria, do comércio e do setor de serviços. “Como o cooperativismo não beneficia só os associados, mas toda o meio onde as cooperativas estão inseridas, essa audiência é para entendermos o crescimento constante e acelerado que, por sua proporção, precisamos nos aprofundar mais para atender de forma satisfatória as demandas do movimento e o papel do Legislativo na resolução de suas pautas”, justificou.
O parlamentar citou números do cooperativismo mundial – 1 bilhão de cooperados e 280 milhões de postos de trabalho gerados, além de destacar que nove das 300 maiores cooperativas do mundo são brasileiras. “Temos 2,5 mil cooperativas com mais de 20 de anos de atuação, então esse debate é importantíssimo para discutirmos o cooperativismo e as transformações que ele apresenta para a sociedade”, afirmou.
A gerente-geral do Sistema OCB agradeceu a parceria do parlamentar em defesa do movimento em temas importantes que tramitam no Legislativo. Em um apanhado geral, ela apresentou como é feita a representação institucional das três casas que compõem o Sistema OCB (CnCoop, OCB e Sescoop), e os números do movimento no Brasil. Fabíola também anunciou que na próxima semana os dados serão atualizados com a divulgação do Anuário do Cooperativismo 2023, o censo do setor, que congrega números de todos os seus sete ramos de atividade.
“Antecipo que já somos mais de 20 milhões de cooperados. É realmente um setor que cresce cada vez mais porque faz sentido para a sociedade. O consumidor contemporâneo, as novas gerações, não pensam mais só na qualidade e no preço. Ele observa o que tem por trás do produto ou do serviço e o propósito da empresa, os valores e o compromisso que ela tem com a sociedade. Por outro lado, vemos também uma sociedade mais ativa, que fala sobre as experiências por meio de redes, ou seja, se não estiver de acordo, a insatisfação também é compartilhada. E o cooperativismo agrega tudo o que o consumidor atual quer: valor compartilhado, economia colaborativa e de propósito, consumo responsável, comércio justo, a compra de pequenos empreendedores. É o ciclo virtuoso do cooperativismo”, descreveu.
A gerente lembrou que o cooperativismo é capaz de unir resultado, produtividade e competitividade sem se esquecer da responsabilidade socioambiental, justiça social e prosperidade de todos os envolvidos. “Essa é a beleza do cooperativismo. Aas pessoas com objetivos comuns criam uma rede que gera renda e trabalho para os envolvidos e, por consequência, transborda prosperidade para a sociedade. Os bilhões gerados pelas cooperativas são divididos pelos associados, porque diferente de outros modelos societários, os ganhos são distribuídos entre eles. Todos são donos no patrimônio”. Ao concluir, a gerente geral da OCB apresentou a todos a meta do cooperativismo brasileiro para 2027, o BRC 1 Tri de Prosperidade, que pretende atingir uma movimentação financeira de R$ 1 trilhão, congregar 30 milhões de cooperados e gerar 1 milhão de empregos.

Inovações no Agro
O professor da Unisinos José Antônio Valle Antunes Junior (Junico Antunes) frisou que a inovação e a digitalização precisam estar cada vez mais presentes no cooperativismo e demonstrou o case da SmartCoop. A plataforma foi criada por meio de movimento de intercooperação de 30 cooperativas do agro e traz de forma inovadora informações e soluções aos produtores.
A secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, Renata Miranda, declarou que, na visão do ministério, o modelo do cooperativismo deve ser uma estratégia socioeconômica para o crescimento do país e que a união de esforços leva a uma eficiência produtiva e à melhoria da competitividade.
“Esse modelo de negócios é realmente estruturante para a sociedade. Então, entre as demandas do modelo, destaco a questão de acesso a mercados. É obrigação do Executivo tirar os obstáculos. O Brasil é uma marca e estamos perdendo oportunidades no mercado internacional. Reforço que o Ministério da Agricultura está à disposição para estabelecermos melhor nossa estratégia internacional e demonstrar que temos todas as características do consumidor contemporâneo, como a gerente Fabíola citou. Particularmente, também estou comprometida em ser uma dessa agentes para ajudar o cooperativismo”, pontuou Miranda.
Acesso a mercados
A chefe da Divisão de Promoção de Indústria e Serviços do MRE, Sophia Magalhães de Oliveira Kadri, destacou as ações conjuntas do Itamaraty e do Sistema OCB. Recentemente, a pasta sediou o workshop internacional Cooperativas pelo Desenvolvimento Sustentável com a participação de dirigentes cooperativistas de 20 países . Ela citou ainda as missões internacionais, os projetos em execução em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) para promover o coop na Argélia, Botsuana e Senegal, bem como a fase final de negociação do projeto com o governo do Timor-Leste.
“O Itamaraty reconhece o papel do cooperativismo para o desenvolvimento econômico e social do país e está particularmente atento a contribuição positiva do movimento para o alcance das metas da Agenda 2030. É um tema absolutamente central para a nossa política externa e esse ciclo virtuoso do cooperativismo contribui com a redução da pobreza, combate à fome, trabalho decente e crescimento econômico e redução das desigualdades, mas também outros mais gerais como a equidade de gênero”, considerou.
O secretário Nacional de Economia Popular e Solidária do MTE, Gilberto Carvalho, fez um apanhado histórico sobre o cooperativismo e ressaltou a importância de uma economia mais colaborativa para o crescimento socioeconômico. Ele apresentou cases de moedas locais que abrem caminhos para o crescimento econômico das pessoas e, ao mesmo tempo, promovem o desenvolvimento local, finalizou.
Sistema OCB iniciou, nesta segunda-feira (7) a segunda edição da Semana de Competitividade do Cooperativismo 2023. O evento segue até a sexta-feira (11) com uma programação recheada de trilhas para impulsionar o movimento com base nas estratégias ESG, inovação, inteligência de mercado e lideranças para a transformação. Palestras marcantes, espaço para cooperação, mesas redondas, laboratórios de práticas e diversas outras atividades estão programadas para que os participantes estejam conectados com o futuro.
A abertura foi feita pelo presidente Márcio Lopes de Freitas com o lançamento do Anuário do Cooperativismo 2023 que, além de dados estatísticos com o panorama atual do movimento, conta este ano também com os resultados de pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) que mediu os impactos do cooperativismo na economia brasileira. “Nosso modelo de negócios está cada vez mais competitivo, contribuindo de forma decisiva para o crescimento do país. O anuário mostra que estamos no caminho certo para alcançar as metas do BRC 1 Tri, gerando R$ 1 trilhão de prosperidade e agregando 30 milhões de cooperados até 2027. A Semana de Competitividade, por sua vez, traz conteúdos que nos ajudam a pensar fora da caixa e a entregar para o mercado muito mais do que ele espera de nós”, iniciou.
O presidente contou que, a cada 24 horas, cerca de 5 mil brasileiros em média escolhem ser coop e que, em 2022, o movimento alcançou 20,5 milhões de cooperados. “Hoje podemos dizer com orgulho que um em cada dez brasileiros faz parte de uma cooperativa. Faturamos R$ 624 bilhões em prosperidade, um crescimento quase dez vezes maior que o da economia nacional. Outro ponto de destaque do movimento é na geração de empregos. Enquanto o Brasil registrou queda de 26% no número de vagas formais em 2022, segundo o Ministério do Trabalho, o coop teve um crescimento de 6,25%, gerando mais de 524 mil postos de trabalho”, afirmou.
Sobre a pesquisa Fipe, ele destacou que os dados confirmam que o quanto o cooperativismo transforma realidades e impacta positivamente diversos segmentos e regiões do país. “Os municípios que contam com a presença do coop registram um o Produto Interno Bruto (PIB), por habitante, com acréscimo de R$ 5,1 mil na renda. Além disso, para cada R$ 1 gasto em bens e serviços, há um incremento de R$ 1,65 no valor da produção. Tudo isso comprova que nosso modelo é o melhor caminho para o desenvolvimento e a prosperidade do país”.
Ao concluir, ele passou a palavra para o criador e CEO da Conquer, Hender Favarin, que proferiu a palestra magna Experiência do cliente: Qual a relação entre Coldplay e Disney. A Conquer é uma escola focada no ensino de habilidades para negócios como liderança, inovação, oratória, inteligência emocional, produtividade, negociação e vendas. Favarin enfatizou a importância da liderança ambidestra (inovação e eficiência) e trouxe questionamentos sobre a eficiência no atendimento aos clientes.
“Empresas líderes têm lucratividade três vezes maior quando se utilizam da inovação. Os líderes digitais, por sua vez, têm crescimento cinco vezes maior. Apenas 13% dos líderes de empresas executam estratégias focadas no cliente e 23% deles tem mentalidade baseada em dados. Focar no cliente não é só produto e atendimento, é toda uma esteira de valores e princípios. O líder deve olhar a sustentabilidade de seus negócios e se utilizar de inovações para ir mais longe. A boa experiência do cliente leva em consideração a emoção dele, o baixo esforço para alcançar seus objetivos e a agilidade na resolução de seus problemas”, relatou.
Segundo ele, o cliente nem sempre tem razão, mas é a razão do crescimento. “É neste ponto que a Disney e a banda Coldplay se alinham, pois com propósitos e foco na experiência das pessoas, se transforma em líderes e fidelizem cada vez mais pessoas. Por isso, é tão importante criar lideranças fortes e inspiradoras, experiências diferenciadas para todos (inclusive seus colaboradores) e assim evidenciar que os propósitos e valores - a cultura da empresa - são sustentáveis. Desta forma, a fidelidade estará sempre acima da mera satisfação do cliente”, concluiu.
O primeiro dia da Semana de Competitividade também contou com o Encontro de Comunicadores do Sistema OCB e o Encontro Nacional do Ramo Transporte. Nesta terça-feira (8) serão realizadas as trilhas de aprendizagem e os laboratórios práticos. Confira mais detalhes em Link curto: https://in.coop.br/semanacompetividade
A Câmara Técnica de Geração Distribuída do Sistema OCB realizou sua primeira reunião de 2023 nesta sexta-feira (28). Entre os temas tratados pelo grupo estão a as articulações acerca da Reforma Tributária; o mapeamento dos desafios e benefícios da geração distribuída; a avaliação dos impactos da reformulação do setor elétrico; as ferramentas e capacitações disponibilizadas para o segmento; e o status do curso GD - Oportunidades para o Coop. A abertura foi feita pela gerente de Relações Institucionais, Clara Maffia, que descreveu as estratégias para inclusão do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo na Reforma Tributária (PEC 45/19), aprovada no início de julho pela Câmara dos Deputados. Ela falou também sobre os próximos passos para garantir que os senadores mantenham o texto aprovado.
“Esse é um tema de prioridade máxima porque afeta todo o modelo cooperativista e inviabiliza os nossos negócios. Atuamos desde 2019, com incontáveis reuniões para avançarmos nessa temática. A Câmara contemplou nosso pleito e vamos continuar nossas articulações para que o Senado mantenha o mesmo entendimento. O cooperativismo é diverso, então, posteriormente, continuaremos a atuar no detalhamento de cada segmento por meio de lei complementar. Estamos em contato com o relator, senador Eduardo Braga (AM), e nossa equipe técnica já trabalha para atuar junto aos outros senadores”, explicou Clara.
O presidente do Sistema OCB/AM, José Merched Chaar, informou que também está em contato com o senador Eduardo Braga e que uma reunião com a diretoria da unidade nacional será agendada para que o movimento ofereça contribuições. A gerente elogiou a iniciativa e reforçou que as cooperativas podem e devem ajudar neste processo, pois, muitas vezes, elas têm contato mais próximo com os parlamentares. “Estamos voltando com nossos vídeos e boletins sobre a Reforma Tributária, e nosso site disponibiliza materiais para que as Organizações Estaduais e cooperativas possam utilizar na mobilização”, reforçou a gerente.
Na sequência, a trainee do Ramo Infraestrutura, Thayná Côrtes, fez um panorama da Geração Distribuída no Brasil com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O sistema de geração distribuída de energia solar lidera o segmento com mais de 2 milhões de sistemas (22 GW). As térmicas ficam em segundo, com 526 sistemas (166.418,73 kw), seguida pela eólica, com 96 sistemas (17.293,55 kw) e a hídrica com 79 sistemas e potência de 69.124,77 quilowats.
Em relação aos desafios e benefícios da GD, Thayná explicou que “a gestão de excedentes de energia elétrica é mapeada internamente pela dificuldade ainda existente no acesso aos dados das unidades consumidoras dos cooperados junto à concessionária. Segundo ela, o Sistema OCB já realizou algumas ações para criar esse mecanismo e o assunto foi introduzido, inclusive, com a chefe adjunta do gabinete do diretor-geral. “Esse acesso será muito importante para o movimento”, declarou.
O assessor Institucional do Sistema Ocemg e membro do Comitê de Energia Fotovoltaica da organização, Geraldo Magela, explicou que a MinasCoop Energia irá implementar uma assessoria para tratar do programa sob a ótica dos atendimentos as cooperativas e cooperados, que fará ainda a interface com o poder público. “As empresas que prestam serviços e procuram nossas cooperativas acabam fazendo confusão no processo. É preciso que as Organizações Estaduais também se preparem para orientar as cooperativas na ponta. Firmamos um acordo de cooperação técnica com o governo de Minas e isso tem sido fundamental para mitigar problemas. Conseguimos liberar processos de licitação, reduzir prazos, definir renegociações”.
Thayná lembrou que a Cemig (empresa de energia de Minas Gerais) está com esgotamento de rede (postes e fiação) e que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já se posicionou sobre o tema alegando que o aumento expressivo das solicitações de acesso de novos geradores estaria causando impactos nos transformadores da rede básica de fronteira no norte do estado e no triângulo mineiro. “Tivemos problema similar na Energisa, que revogou projetos de conexão de redes. Temos cada vez mais atores e a linha não está preparada para isso. Por isso, precisamos de um sistema robusto e seguro para não afetar também os nossos negócios. É preciso atenção ao sistema físico”, alertou.
Ainda de acordo com ela, os benefícios do cooperativismo energético passam pelas esferas socioeconômica, ambiental e estratégica. “A geração distribuída é o futuro. Ela reduz gastos, atrai investimentos privados, gera empregos e aquece a economia. Na área ambiental estamos falando de energia limpa e renovável, o que contribui para as metas de redução de emissão de gases e proteção ambiental como um todo. Temos oportunidade de ampliar nossa atuação”, completou Thayná
Legislação
O coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato, relatou que a entidade tem realizado reuniões junto a órgãos estratégicos e que as ações no sentindo de contribuir para o aperfeiçoamento legal das políticas para o segmento terão uma pausa. É que neste semestre o Congresso Nacional se debruçará prioritariamente na análise da Reforma Tributária e do arcabouço fiscal. “Vamos esperar para retomar as articulações, pois mudanças significativas poderão vir e seria um retrabalho. Temos alguns programas de isenção fiscal e alguns estados entendem que a geração compartilhada é uma subcategoria da geração distribuída como é no Pará e Minas, que inclusive tem uma lei estadual de incentivo criada em 2017, antes do marco”.
Questionado sobre ofertar energia limpa e renovável para o associado, Morato explicou que “há estratégias para isso e que algumas cooperativas já o fazem. Nosso país não participa necessariamente da transição, 85% da nossa matriz energética é limpa e renovável, somos protagonistas e podemos ser também na questão da descabonização”, observou.
Este ano a Aneel publicou a Resolução Normativa 1.059/23, que vem criando imbróglios para o setor, por exemplo com a cobrança de demanda dos consumidores de baixa tensão. Para sanar essa e outras questões, os deputados Ricardo Ayres (REPUBLIC-TO) e Lafayette de Andrada (REPUBLIC/MG) apresentaram, respectivamente, os projetos de lei 1.113/23 e 1.292/23, que, entre outas ações, aprimoram as regras do marco com ajustes necessários nos prazos, no aproveitamento de créditos de energia e no ressarcimento de custos de transporte. Os dois projetos dos deputados da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) tramitam conjuntamente e em regime de urgência, ou seja, não passará pelas comissões temáticas e segue para apreciação do plenário da Câmara.
“O deputado Lafayette contribuiu bastante durante a tramitação do projeto que se transformou na Lei 14.300 e vai continuar nos ajudando. O que deve nos guiar nas discussões são o fato de o cooperativismo ser um importante ator do segmento, o ajuste de custos; a justiça tributária em relação a outros setores e a defesa dos consumidores de energia. Estamos atentos, mas precisamos ouvir da base as dores para atuarmos com um posicionamento técnico. Já adianto que estamos respaldados no Congresso com a defesa do nosso movimento pela Frencoop e pela FPA [Frente Parlamentar da Agropecuária]”, destacou o coordenador de Relações Governamentais, Eduardo Queiroz.
Cursos e capacitações
Morato contou dos projetos-piloto de energia renovável que estão sendo aplicados em seis cooperativas em três regiões diferentes (Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste), que conta com diagnóstico assistido para avaliar a aderência das cooperativas, plano de ação, assessoria e treinamentos, e acompanhamento trimestral do planejamento de ação. No segundo semestre será disponibilizada ferramenta (software de gestão) que automatiza dados de qualificação, cadastrais, de desempenho, pagamentos, entre outros. A capacitação sobre o modelo de negócios para as Organizações Estaduais acontecerá no dia 26 de setembro.
Já o Curso de Geração Distribuída - oportunidades para o coop será lançado na Semana de Competitividade (de 7 a 11 de agosto) e será disponibilizado na plataforma CapacitaCoop. A trilha de aprendizagem conta com cinco módulos. No primeiro o aluno vai compreender os benefícios da energia renovável aplicados ao cooperativismo. Já no segundo, verá os principais elementos que beneficiam a cooperativa, seus cooperados no processo de utilização e/ou desenvolvimento de energia renovável.
O terceiro apresenta como funciona o processo de constituição de uma coop de geração distribuída de energia renovável, e o quarto, mostra os diferentes modelos em que as cooperativas do segmento podem se basear antes de serem constituídas. No quinto e último módulo, o aluno conhecerá as práticas de coops que contribuem para a transição energética.
O Sistema OCB foi convidado a contribuir com o ciclo preparatório para o 8º Fórum do Desenvolvimento, promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE). O coordenador de Meio Ambiente e Energia, Marco Morato, mediou a rodada de conversa do painel Empregos verdes: o trabalho na transição justa e inclusiva, nessa quarta-feira (26), que contou com a participação de representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), do Instituto Clima e Sociedade (ICS) e do Banco do Nordeste. O cenário da industrialização verde se soma às ações para uma economia de baixo carbono e pode refletir na geração de novos empregos, segundo os convidados.
“Esse debate é fundamental para que a gente desenhe o caminho do futuro. A economia verde, a Agenda 2030 e a transição justa e inclusiva no trabalho estão intimamente relacionadas e formam estruturas basilares para o desenvolvimento sustentável. Essa sinergia é essencial para o equilíbrio entre o crescimento econômico, a inclusão social e a proteção do meio ambiente. O nosso desafio é fazer isso sem deixar ninguém para trás. Essa iniciativa envolve garantir que os trabalhadores afetados pelas mudanças na economia na transição dos setores altamente poluentes para os setores mais sustentáveis sejam apoiados e tenham empregos de qualidade”, enfatizou Morato na abertura do painel.
O diretor da OIT, Vinícius Pinheiro, destacou o contexto desafiador em que o mundo vive no legado da pandemia da Covid-19, que demonstrou a vulnerabilidade das nações e, por outro lado, acelerou mudanças nos mercados, na produção de bens e serviços, no consumo, nos investimentos e no trabalho. “Essas novas dinâmicas de transformações estão causando mudanças sem precedentes na forma de trabalhar e as relacionadas com a questão climática vem acompanhadas por eventos extremos. As ondas de calor é um exemplo disto. Isso tem um impacto substantivo sobre as condições de trabalho e níveis de produtividade. Para se ter uma ideia, o estresse relacionado ao calor vai provocar uma perda de 2,2% da produtividade em termos de horas trabalhadas em todo o mundo. Isso equivale a 80 milhões de empregos destruídos por conta das mudanças climáticas”, alertou o diretor.
Pinheiro falou ainda sobre as tendências diante deste cenário. O impacto no segmento de inovação tecnológica e da digitalização, bem como os desafios de inclusão e transformação diante de novos modelos de negócios e distribuição de renda foram citados por ele. Para lidar com essas situações, a OIT recomenda primeiramente a promoção da justiça social. “Na última Conferência Internacional do Trabalho se acordou um conceito do que é transição justa. Esse conceito se expandiu e tivemos representantes de 190 países que disseram que transição justa consiste em promover economias ambientalmente sustentáveis de maneira inclusiva mediante a criação de oportunidade de trabalho decente e redução das desigualdades sociais, sem deixar ninguém para trás. A medida em que as matrizes são modificadas, alguns empregos são extintos e outros criados. Para o Brasil, o novo cenário traz um saldo de criação de 15 milhões de empregos”, complementou.
A diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade (ICS), Maria Netto, considerou que o tema finanças verdes traz a necessidade de promover investimentos sustentáveis. “Infelizmente o cenário atual demonstra que está difícil chegar nas metas estabelecidas para 2030, especialmente sobre o aumento da temperatura. Hoje há 66% de possibilidade que não atingiremos, pois já está subindo”, explicou a diretora.
O tema competitividade internacional foi frisado por ela, juntamente com as oportunidades para que o Brasil se consolide como líder mundial nesta transição. “Nos EUA há um importante programa de subsídios para reduzir a inflação e recuperar a economia no segmento da economia verde. Por outro lado, a União Europeia atua com estes subsídios e outros sistemas de tarifas e fronteiras para promover os produtos verdes e a produção mais limpa. Neste contexto, o Brasil tem oportunidades reais. É a maior nação do mundo com potencial de recursos naturais para a produção da energia limpa e outras soluções baseadas na natureza para a redução da emissão de gases”, salientou Maria Netto.
De acordo com ela, quando se fala do setor industrial, o Brasil também é protagonista. “É a indústria mais limpa do mundo, mais que a europeia, que a americana, isso sem falar da indiana e chinesa. Só que somos ruins em vender e apresentar esses diferenciais. Qualquer caneta brasileira é mais limpa se comparada a outra fabricada no mundo. Então, podemos utilizar nossos ativos sustentáveis para criar cadeia de valor e gerar trabalho e emprego, valorizando esses processos por meio de selos. Além disso, temos um enorme potencial para a indústria de biocombustíveis, que também lideramos, mas perdemos muitas oportunidades”, considerou.
Maria Netto atentou que o país terá visibilidade global nos próximos dois anos, pois sediará importantes eventos como a reunião do G20 e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). “Estes dois eventos vão dar uma atenção enorme para o Brasil. Minha provocação é como fazer a agenda de reindustrialização verde? Onde financiar e o que priorizar, energia solar, eólica ou de hidrogênio verde? Como criar cadeias de valor entorno dessas energias? Como podemos modelar instrumentos financeiros para alavancar o que já temos? Afinal 80% da nossa matriz energética já é renovável”, concluiu a diretora.
Para o economista-chefe do Banco do Nordeste, Luiz Esteves, a combinação de fatores geopolíticos abre uma janela de oportunidades para a economia brasileira no que diz respeito ao protagonismo do país na transição. “Já começamos a receber investimentos, inclusive para hidrogênio verde e mais especificamente para a exportação dele. Temos como fazer uma estratégia mais sofisticada para aproveitar essas vantagens competitivas que o país apresenta. E isso passa por um conjunto de fatores, entre eles, termos um arcabouço para lidar com o mercado de carbono. Essa questão começa a tramitar em agosto, mas, como é um processo legislativo, não será rápido. Fato é que já poderíamos ter feito isso antes, o arcabouço é um incentivo fundamental também para termos segurança jurídica”, ponderou.
Fórum do Desenvolvimento 2023: A rodada integra o ciclo que antecede o 8º Fórum do Desenvolvimento 2023 promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE). O encontro tem apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), patrocínio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) e da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). Conta ainda com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Movimentar R$ 1 trilhão em prosperidade é um dos planos do Desafio BRC 1 Tri. As metas lançadas no ano passado, e que devem ser alcançadas até 2027, foram reforçadas pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, durante a Coopercitrus Expo 2023, nessa segunda-feira (24). Ele iniciou sua fala destacando as profundas transformações estruturais percebidas nos últimos anos e que exigem uma economia mais colaborativa, cuidado social e respeito ambiental.
“Mais do mesmo não levará ninguém para um lugar melhor. Precisamos de ousadia, coragem, juízo, cautela e compliance para estarmos de acordo com essa nova realidade. Temos talvez o insumo mais raro nas relações de negócios, que é a confiança. Hoje temos 19 milhões de cooperados e, se considerarmos suas famílias, são 60 milhões de brasileiros envolvidos com o cooperativismo, além dos 500 mil empregos gerados pelo movimento. Nossa estrutura social é forte e movimentamos quase R$ 530 bilhões no ano passado. Então, é possível chegar ao BRC 1 tri tanto pelo nosso movimento como pelas nossas comunidades”, enfatizou o presidente.
Sobre o Plano Safra, o presidente lembrou as estratégias que, ano após ano, o movimento elabora para construir uma proposta ideal. Ele declarou satisfação com a inclusão das demandas dos cooperativistas, mas alertou que o volume de recursos necessários para o financiamento das necessidades do setor vai além do alcance da política agrícola. Citou ainda a articulação necessária para a criação de novos instrumentos para impulsionar o agro, que é “uma vocação nacional”.
Ao concluir, lembrou da inclusão do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo no texto da Reforma Tributária aprovado pela Câmara dos Deputados e em análise no Senado Federal. “Temos uma Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) extraordinária e tenho orgulho em ter o deputado Arnaldo Jardim à frente dela. Isso demonstra que temos competência de articulação e argumentos sérios”, finalizou.
O presidente da Frencoop, deputado Arnaldo Jardim (SP), também ressaltou a importância de novas ferramentas para fortalecer o agronegócio e pontuou o que poderia ser otimizado no próximo Plano Safra. “O grande, o médio e o pequeno podem se compor em funções diferentes e responsabilidades distintas. É isso que faz o agro ser tão pujante nesse país. Estou fechado com o Márcio na meta BRC 1 Tri e vamos correr atrás para atingirmos novos patamares. Tivemos conquistas no Plano Safra, mas faltaram duas coisas fundamentais: ampliar a subvenção ao seguro agrícola e aumentar o volume de recursos para construção de armazéns. Já produzimos 318 milhões de toneladas de grãos e só temos capacidade de armazenagem para 120 milhões de toneladas. Temos que melhorar as linhas de financiamento para a construção de mais armazéns”, afirmou.
Sobre a Reforma Tributária, ele ponderou que a inclusão do ato cooperativo é um reconhecimento de que o modelo de negócios do movimento é diferenciado. “Vamos cuidar para que na votação no Senado seja respeitado também”. Em relação ao acesso a novos mercados, Jardim disse que é necessário “trabalhar na otimização do ambiente regulatório do mercado e que as cooperativas darão maior competitividade ao segmento”.
Na sequência, o coordenador técnico do Ramo Agro do Sistema OCB, João Prieto, mediou o painel Fortalecendo o Campo: Desafios e Oportunidades no Financiamento Rural, que contou com a participação da diretora Financeira da Coopercitrus, Simonia Sabadin; do diretor administrativo da Credicitrus, Wagner Alquas; e do presidente do conselho da Coopercitrus, Matheus Marino.
Coopercitrus Expo 2023: A feira promovida pela Cooperativa de Produtores Rurais (Coopercitrus) acontece em Bebedouros (SP) e é considerada uma das maiores do segmento agrícola no país. Este ano, com o tema A Casa do Cooperado, a Coopercitrus Expo reúne oportunidades de negócios, informações e inovações para facilitar o acesso dos produtores às novas tecnologias e ações de sustentabilidade. A cooperativa tem mais de 39 mil cooperados e unidades de negócios em mais de 65 municípios nos estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
Confira as participações do presidente Márcio Freitas, do deputado Arnaldo Jardim e do coordenador João Prieto em https://ury1.com/XR3Qc
Representantes da diretoria do Sistema OCB/CE participaram nos dias 25 e 26 de julho do Programa Portas Abertas Sistema OCB. O encontro teve por objetivo apresentar a atuação da unidade nacional em defesa do movimento, capacitar para otimizar o trabalho dos diretores e ofertar palestras, além de visitas estratégicas ao Congresso Nacional e aos pontos turísticos da capital. O presidente da organização, João Nicédio Alves Nogueira, e outros 23 dirigentes estiveram presentes no evento. A intercooperação foi a palavra-chave para fortalecer o cooperativismo cearense, de acordo com os integrantes do programa.
Em palestra, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, falou, entre outros temas, sobre o cenário político e a independência do movimento, que cresce ano após ano em diferentes governos. Ele lembrou que o fortalecimento do coop está diretamente ligado ao alcance da meta proposta no ano passado, o BRC 1 Tri de Prosperidade, que pretende movimentar, até 2027, R$ 1 trilhão, além de congregar 30 milhões de cooperados e empregar 1 milhão de pessoas.
A gerente-geral, Fabíola Nader Motta, fez um apanhado do conjunto de ações junto aos Três Poderes e aos atores-chaves para que os pleitos cooperativistas estejam sempre em voga na tomada de decisões dos chefes das pastas e agências. Ela explicou sobre os vieses trabalhados em cada casa do sistema: Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Confederação Nacional das Cooperativas Brasileiras (CNCoop) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).
Para complementar, a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas, Débora Ingrisano, abordou os projetos de soluções idealizados pela unidade nacional como a implementação de segmentação de público-alvo para prestar bom atendimento e aumentar as vendas; a gestão orientada por dados; e a gestão de risco versus a gestão de oportunidades.
A gerente falou ainda sobre os programas ESGCoop e Negócios Coop que estão alicerçados em nove eixos táticos: autogestão e diagnóstico; dados econômicos e societários; ambiental; social; educacional; gestão; governança; mercado nacional; e mercado internacional. São 24 serviços que devem ser amplamente utilizados pelas cooperativas para estimular seus cooperados, os donos dos negócios.
Impressões
Representando o Ramo Crédito, o vice-presidente do Conselho de Administração da OCB/CE e também do Sicredi Ceará, Hegel Nóbrega, declarou que as soluções apresentadas serão reverberadas no estado para difundir os princípios e valores do movimento. “Foi encantador e muito importante para termos uma percepção melhor sobre o nível de organização que se tem aqui no Sistema OCB. Foram momentos de integração, informação, aprendizado e discussões que, muitas vezes, não chegam na ponta. A dinâmica da intercooperação facilitará a execução de projetos comuns para atingir objetivos em benefício de todos. A sensação é de pertencimento e isso fortalece o movimento”, destacou.
Já a diretora Marli Mesquita, que também é diretora comercial da Cooperativa da Agricultura Familiar de Itapaje (Copita) e membro do conselho fiscal da Cooperativa da Agricultura Familiar de Ocara (Cooaf), falou sobre as oportunidades de intercooperação que foram percebidas pelos diretores durante o Portas Abertas. “Pudemos conhecer os problemas e propor soluções para cooperativas de todos os ramos e isso é um avanço que vai gerar oportunidades de intercooperação e de negócios. O programa abriu, verdadeiramente, um leque para nos fortalecermos. A participação feminina no Ramo Agro deve ser evidenciada, pois, historicamente é mais direcionado aos homens. Agora, com as soluções, vamos criar comitês femininos e de jovens”, disse.
O diretor da Organização Estadual e delegado da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Ceará (Coopanest), Eduardo Vidal, pontuou que foi uma excelente oportunidade para que os gestores de todos os ramos se conhecessem e estreitassem laços. De acordo com ele, o intercâmbio de conhecimentos e de vendas será facilitado após a experiência. “Precisamos fazer um Portas Abertas no Ceará para agregar mais pessoas. Sabemos que o Ramo Crédito é uma raiz, mas o de Saúde é responsável por 80% do faturamento. Então, podemos ajudar as cooperativas menores a crescer vendendo produtos umas para as outras. A Unimed Fortaleza pode, por exemplo, fazer um convênio com as cooperativas do agro ou do transporte para que seus cooperados tenham plano de saúde. O evento foi muito bom e os ensinamentos valeram muito”.
A versatilidade de uma cooperativa do Ramo Trabalho poderá ser melhor aproveitada depois do encontro, segundo a diretora Cristina Bandeira, que também preside a Coopernordeste e compõe o Conselho Consultivo do Ramo Trabalho do Sistema OCB. “Propagaremos esses conhecimentos para nossos cooperados e colaboradores. A Coopernordeste tem levado prosperidade, pois temos mais de 1.500 cooperados que tiveram a primeira oportunidade de se inserirem no mercado por meio da cooperativa. Os impactos respingam também nas famílias destas pessoas e em suas comunidades fortalecendo a economia local”, contou.
O Ramo Transporte passa por diferentes desafios e as contribuições de outros ramos trouxe reflexões relevantes, de acordo com o diretor Ricardo Oliveira Lima. Ele é presidente da Cooperativa de Transporte de Passageiros no Estado do Ceará de Itapipoca (Cooperita) e membro do Conselho Consultivo do Ramo Transporte do Sistema OCB. “Temos muitos pontos a serem debatidos para sanar as dificuldades. O modelo do Portas Abertas é muito bem pautado e poderia ser reproduzido no estado para contemplar mais cooperativas e levar a intercooperação entre os ramos, que hoje é zero. Temos que sentar um ramo com o outro para apresentar soluções. Muitas vezes, quem está de fora enxerga melhor o problema”, avaliou.
Em reunião estratégica, o Sistema OCB apresentou documento que detalha as contribuições do cooperativismo para a conectividade no campo à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Com aspectos de governança, tributários e regulatórios, o estudo aponta as necessidades do movimento para garantir a plena atuação das cooperativas na prestação de serviços de telecom. A reunião foi realizada, nessa quarta-feira (2), na sede da agência e contou com a participação do superintendente e assessores, de representantes da Coprel Cooperativa de Energia (Coprel) e da Federação das Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (Fecoergs) e da Confederação das Cooperativas de Infraestrutura (Infracoop).
Sob os aspectos de governança, o estudo mostra que a Lei do Cooperativismo (5.764/71) já impõe uma série de responsabilidades e obrigações às cooperativas. As de infraestrutura são exemplos de governança, transparência, coesão de esforços, qualidade no atendimento e capilaridade. “Por não depender de aporte de capital de risco e não ter como objetivo a distribuição de dividendos, a pressão sobre investimento x resultado (lucro) é praticamente nula para esse segmento, fator esse que hoje inibe a ampliação do alcance da internet no país e a expansão para áreas de baixa densidade demográfica. Poucos usuários, pouca ou nenhuma oferta, ou ainda baixa qualidade”, pontua o documento.
Na questão tributária, o documento assegura que o ingresso das cooperativas no setor de telecomunicações pode preencher uma relevante lacuna existente, especialmente, no meio rural. “Não há desequilíbrio tributário que justifique uma quebra de isonomia, visto que a cooperativa age somente em nome do associado. É este que aporta ou garante todos os recursos necessários, arcando normalmente com os tributos devidos”, defende a proposta dos cooperativistas.
De acordo com o estudo, outro ponto de atenção a ser considerado pelo órgão regulador é que no setor há o benefício fiscal do Simples Nacional, uma vez que as empresas estão sendo fatiadas em dezenas de CNPJs menores com vistas a reduzir a carga tributária, que não ocorre no universo cooperativo por vedação legal. Já no que diz respeito aos aspectos regulatórios, o documento salienta que, uma vez outorgadas para a prestação destes serviços, as cooperativas teriam as mesmas obrigações a que estão sujeitas as atuais prestadoras.
Também participaram da reunião a analista do Ramo Infraestrutura do Sistema OCB, Thayná Côrtes, o superintendente de Planejamento e Regulamentação da Anatel, Nilo Pasquali ,os assessores de Relações Institucionais da Anatel, André Azevedo e Bernado Fernandes ,representante da Coprel , o facilitador Luís Fernando Volpato e o representante da Infracoop, José Zordan. O Ministério das Comunicações foi representado pelo Coordenador-Geral de Acompanhamento Regulatório de Telecomunicações, Agostinho Linhares de Souza. Os consultores da Futurion, Márcio Rodrigues e Caio Bonilha também estiveram presentes.
Atuação
A Coprel Telecom atua há 55 anos reduzindo a distância entre campo e a cidade. Ela atende 72 municípios com quase 18 mil quilômetros de redes de energia. De forma semelhante ao que fez no processo de eletrificação rural nas décadas de 1970 a 1990 a coop pretende, por meio de suas redes de energia, beneficiar a comunidade expandindo seus serviços telecom. Atualmente a Coprel está presente em 43 municípios com infraestrutura que é referência em internet, telefonia e TV por assinatura.
Já a Fecoergs é composta por 24 cooperativas de distribuição e geração de energia, sete delas com licença da Anatel para a prestação de serviços de telecomunicações e as outras com projetos em estruturação. A Federação é responsável por 70 mil acessos à internet e telefonia em 40% das áreas rurais do Estado, atende 369 municípios gaúchos (74% das cidades) e beneficia 300 mil famílias (1,3 milhão de pessoas atendidas). A coop gera ainda 8,5 mil empregos diretos e indiretos.
O Sistema OCB participou nessa quarta-feira (2) de reunião com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Sandoval Feitosa, para tratar dos desafios em segurança que as cooperativas de infraestrutura têm enfrentado com a questão do paralelismo na distribuição de energia elétrica para unidades consumidoras. A reunião foi requisitada pelo deputado federal Dagoberto (MS), membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), para discutir alternativas que contribuam para sanar o problema.
O principal tema tratado foi a revisão das resoluções da agência para permitir que as cooperativas possam prestar serviços para todos os consumidores e não apenas os rurais da coop autorizada em sua área de atuação. Para isso, foi solicitado o aumento do limite de carga, estipulado atualmente em 112,5 quilovolt-ampere (kVA) para atender, inclusive, a agroindústria. “A atividade rural vem sofrendo transformações significativas. A demanda dos produtores é crescente e, no âmbito das coops autorizadas, a limitação da potência atual se revela desatualizada, uma vez que foi instituído em 1968 (§ 2º do Art. 16 do Decreto 62.724/68)”, explicou o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato.
A engenheira de energia Thayná Côrtes, analista do Ramo Infraestrutura, acrescentou que, com o aumento do limite, as cooperativas autorizadas com carga predominante rural também poderão atender as unidades consumidoras que estejam em desenvolvimento dentro de sua área. Segundo ela, não faz sentido, técnica e economicamente, transferir para uma concessionária uma unidade de consumidor que aumentou a carga para potências acima dos 112,5 kVA ou se transformou em uma empresa. “Desta forma, em pouco tempo a área de atendimento de uma cooperativa autorizada vai estar tomada por redes de distribuição da concessionária. Isso traz insegurança técnica, jurídica e riscos para as pessoas, técnicos e consumidores. Além disso, prejudica o desenvolvimento das regiões atendidas”, ressaltou.
Ainda segundo Deputado Dagoberto, as revisões preservam a atuação das cooperativas autorizadas, evitam desperdícios de recursos públicos e conflitos de atuação com a sobreposição de áreas e de redes de distribuição de energia elétrica, o que também previne o paralelismo de redes que podem causar acidentes.
As cooperativas também solicitaram a avaliação da possibilidade de compensação às coops autorizadas pelas instalações de Geração Distribuída (GD). “Entendemos que uma nova forma de compensação deva ser estudada para manter igualdade no tratamento em relação às concessionárias”, considerou.
Sandoval Feitosa se mostrou solidário aos desafios apontados e informou que vai solicitar auxílio às agências estaduais para verificar os problemas que o paralelismo de rede está trazendo para as cooperativas. “Estamos dispostos a buscar soluções efetivas e que tragam segurança para todos os operadores do sistema”, afirmou.
Também participaram da reunião o presidente da Federação das Cooperativas de Eletrificação Rural do Estado de São Paulo (Fecoeresp), Danilo Pasin; o superintendente da Confederação Nacional das Cooperativas de Infraestrutura (Infracoop), José Zordan e os representantes da Cergrand , Jorge Luiz e Itair Rodrigues.
Com a intenção de contribuir com os debates acerca do cooperativismo de plataforma, as colaboradoras do Sistema OCB, Hellen Beck, analista de Inovação, e Priscila Coelho, analista de Relações Institucionais, participaram de oficina de formação sobre o tema. O evento, realizado na sede da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), aconteceu nos dias 19 a 20 de julho.
Os participantes debateram as possíveis políticas públicas que podem ser desenvolvidas para estimular o cooperativismo de plataforma. O secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho (MTE), Gilberto Carvalho, presente no encerramento das atividades, declarou que o segmento tem “perspectiva exponencial de crescimento” e que a tecnologia digital deve ser posta a serviço das cooperativas para que elas tenham aplicativos mais eficientes e justos.
Os integrantes trocaram experiências em temas como inteligência artificial, soberania digital e políticas públicas. As rodadas de discussão geraram a construção de um documento final com os encaminhamentos de propostas voltadas a plataformas digitais.
“Essa troca de experiências foi muito válida e, além de saber o que pensam membros do governo e outros atores da sociedade envolvidos, visualizamos oportunidades de criar aproximação com o mercado e com a academia. O envolvimento com alguns participantes foi importante para podermos futuramente desenvolver projetos relacionados ao coop de plataforma. O Sistema OCB tem se empenhado em ofertar soluções com inteligência e inovação para as cooperativas e a aprovação de normativos que tramitam no Congresso podem estimular verdadeiramente o segmento”, declarou Hellen.
Priscilla destacou, entre outros aspectos, a necessidade de um marco regulatório e da criação de novos mecanismos de fomento para que o setor avance. “Como instituição representativa, o Sistema OCB busca mais oportunidades para as cooperativas. Pretendemos trabalhar e disseminar materiais para que elas tenham na plataforma um novo aliado e ocupem mais espaços no mercado. O marco regulatório, nesse sentido, é essencial. Tratamos ainda sobre as inovações e tecnologias disponíveis, as linhas de crédito para o segmento e a criação de uma ferramenta que centralize as cooperativas na utilização e fornecimento dos serviços”.
Os próximos passos do Sistema OCB é estreitar diálogo com a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) e universidades envolvidas com o tema. A entidade também fará apresentação institucional para associação feminista MariaLab que atua na intersecção entre política, gênero e suas tecnologias.
Cases
A organização coletiva, uma boa legislação e o uso de tecnologias já vêm rendendo um desenho de como o cooperativismo atua e ajuda outros atores a irem mais longe. Alguns cases de sucesso foram compartilhados durate a oficina, como o da americana Drivers Seat Cooperative, que criou um app em que os dados são utilizados para apoiar o motorista, com informações como cálculo de quilômetros rodados, onde estão as melhores corridas, desgaste do carro, entre outros. O aplicativo é vendido para órgãos públicos, consultorias ou entidades de pesquisa e o valor das informações é revertido para os motoristas. A coop vendeu dados de mobilidade para uma agência de São Francisco (EUA) por cerca de US$ 45 mil.
Já a francesa Coop Cycle, desenvolveu infraestrutura tecnológica para apoiar a criação de outras cooperativas de entregadores de plataforma. A iniciativa conta com 67 cooperativas – formando uma federação – com o propósito de melhorar a distribuição de resultados das operações dos associados, dando a eles uma remuneração mais condizente com a carga de trabalho.
O evento
O encontro foi organizado pela Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pela DigiLabour, pela Fundação Rosa Luxemburgo e pelo Observatório do Cooperativismo de Plataforma em parceria com a Enap. De acordo com dados do MTE, há pelo menos 1,5 milhão de entregadores e motoristas que atuam por meio de plataformas digitais no país. Além deles, outros setores econômicos são atingidos por estas plataformas – desde o trabalho de cuidados até de alimentação de dados da inteligência artificial. A regulação para o segmento é um esforço mundial.
As articulações pela aprovação da Lei Complementar 196/22, que atualizou a legislação que rege o cooperativismo de crédito no Brasil, foi um dos focos da fala do representante do Sicredi no Grupo Técnico Executivo do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito do Sistema OCB (Ceco), Clairton Walter, também superintendente do Sistema Sicredi, durante exposição na Conferência Mundial de Cooperativas de Crédito, na terça-feira (25).
O evento promovido pelo Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (Woccu), anualmente, reúne representantes do ramo de mais de 60 países para debater os temas de impacto para o segmento em todo o mundo.
Segundo Walter, a interlocução junto aos Três Poderes, em especial ao Banco Central do Brasil (órgão regulador, integrante do Poder Executivo) e a posição de consenso entre os membros do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) foram fatores determinantes para a conquista do movimento brasileiro.
A Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) foi citada como um dos pilares de suporte da defesa do segmento dentro do Parlamento e a voz para assegurar a aprovação de matérias importantes, além de impedir que outras de impacto negativo avancem.
O painel foi dedicado à importância das estratégias de defesa do modelo de negócios cooperativista diante de autoridades públicas para promover o crescimento e o fortalecimento do coop de crédito. Outro diferencial do coop brasileiro, detalhado por Clairton, é a coordenação centralizada na Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que congrega todos os sistemas cooperativos, as coops independentes e o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCC), para discutir tecnicamente as necessidade e desafios que devem ser superados pelo segmento.
O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo participa do evento com mais de 300 lideranças dos diferentes sistemas organizados em três e dois níveis, além de representantes de coops independentes e do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). A conferência termina nesta quarta-feira (26) com debates e palestras relacionados à agenda ESG (cuidado ambiental, respeito social, boa gestão), ambiente regulatório das cooperativas em diferentes nações, gestão de riscos, inteligência artificial, atração do público jovem e lideranças femininas dentro do movimento.
O cooperativismo brasileiro marca presença na Conferência Mundial de Cooperativas de Crédito, que acontece entre os dias 23 a 26 de julho, em Vancouver (Canadá). O encontro anual é promovido pelo Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (Woccu) para integrar os representantes dos mais de 60 países membros do conselho na discussão de temas de impacto para o segmento financeiro do movimento cooperativista.
“Este encontro é mais uma oportunidade para contribuirmos com o cooperativismo de crédito mundial, onde compartilhamos nossas experiências assertivas e absorvermos as boas práticas mundiais para nossas ações. Temos o privilégio de ter a aprovação de uma legislação em tempo recorde para atualizar e tornar ainda mais competitivo o cooperativismo de crédito brasileiro. Além do apoio do nosso Parlamento, temos uma excelente parceria com o Banco Central do Brasil para que possamos inovar cada vez mais”, declarou o presidente do Sistema OCB em referência à Lei Complementar 196/22, que moderniza o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo.
A agenda deste ano está recheada de palestras relacionadas à agenda ESG (cuidado ambiental, respeito social, boa gestão), ambiente regulatório dessas cooperativas em diferentes nações, gestão de riscos, inteligência artificial, atração do público jovem e lideranças femininas dentro do movimento.
O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo está representando pela participação de mais de 300 lideranças dos diferentes sistemas organizados em três e dois níveis, além de representantes de coops independentes e do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop).
O Comitê Nacional de Mulheres do Sistema OCB, Elas Pelo Coop, anunciou a chegada de mais três integrantes em seu quadro. O colegiado realizou reunião na quinta-feira (20). Os trabalhos foram conduzidos pela coordenadora, Luzi Jorge Reis Vergani, e mediados pela analista de Desenvolvimento de Cooperativas, Divani Ferreira. As mulheres aproveitaram para compartilhar experiências inspiradoras que podem ser reverberadas na composição dos comitês estaduais e das cooperativas.
A gerente da Cooperativa de Produtores Exportadores do Vale do São Francisco (Coopexvale) e representante do estado de Pernambuco, Juscileide Vieira, foi a primeira a expressar seu contentamento ao receber o convite para integrar o Elas Pelo Coop. “É um desafio muito grande estar neste comitê recheado de mulheres inspiradoras. Espero contribuir para que ele se fortaleça cada vez mais”, declarou.
A nova representante da Paraíba, Lorena Barbery, disse que pretende contribuir para que esse movimento de mulheres se desenvolva e alcance seus objetivos. “Fiquei muito feliz em poder estar junto dessas mulheres que eu tanto admiro”, ressaltou a assessora de Desenvolvimento do Cooperativismo da Cooperativa de Crédito, Poupança e Investimento Sicredi Evolução.
Já a coordenadora do Comitê Estadual de Mulheres do Pará, Cirede Genane Urach Carloto, da Coopernorte (Cooperativa Agroindustrial Paragominense), salientou que vê diversas oportunidades de integração dos trabalhos em especial na constituição de comitês de mulheres nas coops.
Divani Ferreira recomendou às novatas que se integrem sobre o que já foi feito e o que vem sendo realizado e reforçou a todas a necessidade de se manterem atualizadas em suas capacitações. Ela recomendou que cursem as diversas trilhas disponibilizadas de forma gratuita na plataforma de aprendizagem CapacitaCoop. "São mais de 140 cursos gratuitos para que vocês possam se desenvolver profissionalmente e pessoalmente. São cursos sobre Liderança Feminina, Liderança Inclusiva, Protagonismo, Produtividade e Gestão do Tempo, Comunicação Assertiva, entre outros. Estes cursos contribuem para nossa formação. Fiquem atentas que na próxima semana a plataforma contará também com o curso sobre Vieses Inconscientes”, destacou.
Fabiana Andrade (RO), secretária executiva do Elas pelo Coop, contribuiu com sua expertises ao acessar a plataforma capacitacoop a fim de fazer seu CARD de atuação e metas. Segundo ela, é muito importante contar com a diversidade de cursos gratuitos e a disposição do nosso desenvolvimento.
A secretária executiva suplente do comitê, Nadya Bronelle (ES), relatou sua experiência em palestrar sobre o protagonismo feminino em evento promovido em seu estado. “Foi muito gratificante e emocionante. Queremos aumentar a participação das mulheres no Espírito Santo e, por isso, devemos dar mais visibilidade as que atuam dentro de nossas cooperativas e Organizações Estaduais. Nossos cargos dentro do “Elas pelo Coop” devem ser mais apresentados em nossos estados e organizações da OCB, porque isso abre novas portas”, iniciou.
Ela contou sobre a criação do núcleo feminino da cooperativa que integra, a Cooabriel, ativo desde 2009 e que congrega 60 mulheres. “No final de 2023, teremos novas integrantes e nossa estratégia será dividida em quatro etapas: Identificação/pertencimento; preparação/integração; formação (cooperadas ou não); desenvolvimento de lideranças (para cooperadas), para que elas assumam cargos de liderança dentro das cooperativas. Isso demonstra para a nossa diretoria que temos o pé no chão e que beneficiamos o movimento ao agregar mais mulheres, aumentando a fidelidade e o número de associados”.
A OCB/MS implementou recentemente seu comitê estadual. “Estamos felizes e logo na primeira reunião abordamos a questão do ESG e falamos muito sobre sustentabilidade, parte social e governança, que são tão fundamentais para promover igualdade de gênero na sociedade como um todo. Falamos ainda sobre combate ao assédio, equiparação salarial, e outros temas relevantes. Começamos com o pé direito e nosso próximo encontro será no dia 15 de agosto”, informou segundo Mirtes Moreno, integrante do colegiado.
Representatividade
Prestigiando o encontro, a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas Débora Ingrisano fez exposição para instigar a implementação de núcleos femininos nas cooperativas. “Nosso comitê tem quatro pilares que devem estar na ponta da língua para passarmos informações precisas. Unificar este discurso sobre o que fazemos é importante para fortalecer o comitê”, salientou.
Sobre os quatro pilares do Elas Pelo Coop, a gerente pediu um olhar atento ao que foi feito na elaboração de diretrizes, formação, representação e intercooperação. "Se queremos promover engajamento, temos que ser claras ao dizer que elaboramos e avaliamos diretrizes; somos formadas como alunas, instrutoras, professoras e palestrantes; fazemos a representação institucional do cooperativismo e dominamos o tema; e fazemos intercooperação quando trocamos umas com as outras informações e experiências”, salientou.
Ela recomendou, assim como Divani, os cursos da Capacitacoop e convidou todas a cursarem o que será lançado sobre Viéses Inconscientes. “Este é muito importante para ressignificar a informação de que apenas homens, altos, grisalhos e brancos podem liderar empresas, cooperativas e governos. Existem outras informações que estão em nosso subconsciente e que precisam mudar para termos uma sociedade mais justa e igualitária. Com mulheres nos palcos, nas cooperativas e com um bom recurso isso vai mudar”, completou.
Debora trouxe dados do último Censo do IBGE, que indicam menos 10 milhões de pessoas na população brasileira e que pode estar atrelado ao fato de que as mulheres estão mais focadas nos estudos e carreira, optando pela não-maternidade, o que é um direito delas, dada a falta de contribuição, em alguns casos. “Isso acontece porque somos nós mulheres quem primeiro decide sobre ter filhos. O que isso tem a ver com liderança e comitê feminino? Tudo! Temos mais mulheres no mercado de trabalho com menos filhos”, disse.
Ainda segundo a gerente, as mulheres também estão estudando mais. “ Prova disso é que 54% dos estudantes de mestrado e doutorado são mulheres. Em paralelo, elas são responsáveis pela administração da casa, com destaque para o crescimento dos lares chefiados por mães solo, que atingiram 11,3 milhões dos 75,3 milhões de domicílios existentes no Brasil. Então, se somos boas alunas, boas professoras, logo vamos ocupar mais palcos e nossas filhas, por exemplo, verão que elas têm possibilidade de serem CEOs ou o que quiserem ser”, engajou.
Para isso, segundo Debora, as representantes do Elas Pelo Coop precisam provocar seus dirigentes para falar sobre a participação delas e os trabalhos desempenhados pelo comitê em eventos regionais das Organizações Estaduais, das cooperativas, das associações comerciais e até mesmo de governos. “Vamos compartilhar com todos e catalogar nossas boas ações que podem inspirar outras mulheres. Nós mulheres temos que ser humildes, mas não modestas”, complementou.
A gerente também concordou sobre a existência de um grande desconforto quando se quer incluir mulheres na liderança, destacado por Angelita, que é presidente do Conselho de Administração da Sicredi Conexão, mas lembrou que todas têm seu papel e que nenhum é menos importante. “Tanto o fundo do palco quanto à frente dele temos mulheres incríveis atuando. Ou seja, umas como palestrantes outras nos bastidores, e não menos importantes. Ela finalizou sugerindo a criação de um movimento a ser chamado Puxe mais uma cadeira, a fim de dar oportunidade às mulheres que, mesmo competentes, ainda não ganham espaço em conselhos, nos palcos. “Não precisa tirar cadeiras, basta puxar mais uma cadeira para uma mulher”, concluiu.
A próxima reunião do comitê está prevista para 28 de setembro.
Potencializar as cooperativas com a força da juventude é a missão do Comitê Nacional de Jovens do Sistema OCB, o Geração C, que recebeu três novos integrantes que representam o Distrito Federal, Maranhão e Piauí. Em encontro virtual realizado nessa quinta-feira (20) os jovens cooperativistas trataram dos cards de planejamento, ouviram sobre iniciativas trabalhadas pelas Organizações Estaduais e refletiram sobre como os jovens podem aumentar a presença nos palcos de eventos nacionais e regionais. A capacitação foi um dos pontos destacados.
A gerente de Desenvolvimento de Cooperativas, Débora Ingrisano, prestigiou o encontro e pontuou que o propósito do Geração C é ser referência para todo o Brasil e, logo, aumentar o número de jovens no cooperativismo, sobretudo, em cargos de liderança. Ela reforçou que as lideranças estão comprometidas e munidas de um discurso genuíno com capacidade de transmitir credibilidade. Débora recomendou aos jovens que se inspirem e construam uma narrativa uníssona.
“Quando falarmos com propriedade o que faz esse comitê, estaremos dando insumos qualificados em formato de narrativa forte para nossos dirigentes, que vão reproduzir, engajar e mover o cooperativismo. Esta semana, durante o workshop internacional promovido pelo Sistema OCB e a ONU, representantes de todas as nações citaram a necessidade de aumentar a participação dos jovens. Estamos dando um show”, afirmou.
Débora reforçou a explicação sobre os eixos que norteiam o trabalho do comitê para que a construção de uma boa narrativa sobre o que o Comitê Geração C faz, para que os jovens integrantes possam reconhecer seu papel de multiplicadores do cooperativismo, abordando os quatro eixos de trabalho do colegiado: 1) Elaboração de Diretrizes: Regimento Interno, Manual de Núcleos e Comitês e Manual de Identidade Visual. 2) Formação e Capacitação: Alunos, participando em cursos e palestras; Instrutores, ministrando palestras e avaliando conteúdos; e Engajadores, para que mais jovens participem em oportunidades específicas. 3) Representação Institucional: Participação em eventos promovidos pela Unidade Nacional do Sistema OCB, em eventos regionais promovidos pelas OEs e em eventos promovidos pela coop. 4) Intercooperação: Mapeamento de boas práticas, Compartilhamento de Informações, Incentivo para criação de comitês.
Seguindo essa organização dos eixos de atualização, a gerente solicitou que cada integrante faça o seu card de planejamento individual. Débora também compartilhou dados do IBGE e do AnuárioCoop que surpreenderam os jovens cooperativistas. A faixa etária dos líderes se encontra acima dos 50 anos (46% mulheres e 66% homens). Entre os 20 e 30 anos, os percentuais caem drasticamente, 4% são mulheres e 2% homens. Entre os 30 e 40 anos, 16% são mulheres e 9% homens. “O censo demonstra que a maior parcela da população brasileira tem entre 35 e 39 anos, a segunda tem entre 30 e 34 e a terceira, entre 25 e 29. Isso significa que os jovens são maioria. Então, nossa liderança cooperativista também precisa refletir essa realidade”, salientou.
Divani de Souza, analista de desenvolvimento de cooperativas do Sistema OCB, divulgou que a plataforma de aprendizagem CapacitaCoop disponibilizará em breve o curso sobre Vieses Inconscientes e que outros cursos já disponíveis são fundamentais para a capacitação dos jovens, como o de e Núcleos e Comitês; Princípios da Liderança; e Protagonismo e Sucessão Cooperativista. Estes cursos, inclusive, compuseram a meta de realização recente dos integrantes do Comitê Geração C.
Novos integrantes
Thays Rodrigues, do Distrito Federal; Welton Naat da Silva Mesquita, do Piauí; e Kaique Sampaio Santos Unimed Maranhão do Sul do Maranhão, são os novos membros do colegiado. Cooperada da Confederação Nacional das Cooperativas de Transporte (CNTCoop) e da Coopmetro, Thays representa o Ramo Transportes. “Os jovens têm muito a agregar ao cooperativismo brasileiro. O comitê é uma oportunidade para trabalharmos juntos para que o movimento cresça e se fortaleça”, declarou.
“Sou fruto do cooperativismo. Vejo o movimento como a melhor forma de promover melhoria para a nossa sociedade”, afirmou Welton que representa o Ramo Trabalho, Bens e Serviços. Kaíque, por sua vez, representa o Ramo Saúde.
Sucessão
A secretária-executiva do Geração C, Larissa Zambiasi, falou sobre sua participação no Encontro Nacional das Cooperativas Agropecuárias (Enca), onde apresentou palestra sobre juventude e sucessão no agro. “Foi uma honra falar para mais de 500 dirigentes sobre o tema. Muitos líderes me procuraram ao final para perguntar sobre o nosso manual de implementação do comitê. Para quebrar paradigmas temos que usar mais essas oportunidades para motivar a juventude. Temos muito a avançar, mas já estamos fazendo parte dessa mudança e tenho certeza de que nossas cooperativas serão oxigenadas com a força da juventude”.
Estados
Representantes de Organizações Estaduais também relataram as ações que estão sendo desempenhadas para o fortalecimento dos seus comitês. “Estamos caminhando junto com o comitê nacional e temos mobilizado e incentivado a participação da juventude mineira.
Fabiana, do Sistema Ocemg, relatou que Minas Gerais teve participação expressiva nas edições do Programa Somos Líderes (do Sistema OCB Nacional), além das participações dos jovens mineiros no 14º Congresso Brasileiro de Cooperativismo, o que reforça o compromisso do Sistema na pauta da participação dos jovens no Cooperativismo. Em 2022, a unidade constituiu o Comitê Estadual de Jovens e realizou a 16ª edição do Encontro Estadual de Jovens Cooperativistas, onde foram levantados os principais desafios e oportunidades no setor destacados pelos participantes. “Todo o material foi consolidado e o objetivo é que estes jovens ajudem na construção de diretrizes para inclui-los nas coops”, contou Fabiana.
Lucas Oliveira, do Sistema OCB/RJ, detalhou cases inspiradores do recém-criado Comitê Estadual. Por meio de reuniões de sensibilização o grupo está utilizando recursos como aplicativos de mensagens instantâneas e e-mails para desenvolver os trabalhos. “Temos um grupo para construir o estatuto e o regimento e outro para o plano de trabalho para 2024. Temos ainda um grupo da coordenação e estamos com a ideia do Geração C Social para inserir jovens cooperados, ou não, com interesse no movimento. Todas as pessoas podem agregar e o grupo oferecerá insumos sobre o cooperativismo ativando assim a sensibilização”, descreveu.
Representantes de oito nações de língua portuguesa estiveram reunidos na Casa do Cooperativismo, em Brasília, para deliberarem sobre ações para fortalecer os diferentes ramos nos países lusófonos. A Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Organização Cooperativista dos Países de Língua Portuguesa (OCPLP) aconteceu na quarta-feira (19) e, entre as tratativas, o colegiado definiu o planejamento de atividades para 2024, que consiste na cooperação para oferta de capacitações dos delegados.
O programa de intercâmbio será direcionado aos membros e dirigentes destas cooperativas e custeado pelas entidades representativas dos membros envolvidos. “A cooperação técnica para o desenvolvimento mútuo é um dos principais valores evidenciados em nosso movimento. Desta forma vamos estimular a troca de experiências, compartilhar estratégias de sucesso para o desenvolvimento das cooperativas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Vamos contribuir para o desenvolvimento socioeconômico dessas nações por meio do cooperativismo”, disse o presidente do Sistema OCB e vice-presidente da OCPLP, Márcio Lopes de Freitas.
O grupo debateu estratégias para captação conjunta de recursos e vislumbram a possibilidade de implementar projetos de cooperação direcionados para o desenvolvimento sustentável em países lusófonos. Os delegados também pretendem aproveitar a oportunidade de a sede da organização ser em Portugal e buscar acessar recursos do fundo social europeu, um dos maiores do mundo, para financiamento de ações de empoderamento econômico, crescimento inclusivo e desenvolvimento sustentável. Esta linha de ação foi aprovada pelos membros durante a assembleia.
OCPLP
O organismo internacional atua desde 1991, mas foi formalizado juridicamente em 1997. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) é uma das entidades fundadoras e atualmente ocupa a cadeira da vice-presidência. O colegiado atua por meio de projetos de cooperação internacional e de financiamento para o desenvolvimento, difusão e crescimento das cooperativas lusófonas mantendo o contato estreito e permanente entre os movimentos e autoridades destas nações. Atualmente é constituída por 32 organizações distribuídas em quatro continentes: africano, asiático, brasileiro e europeu.
O Sistema OCB, em nome de sua Diretoria e de seus colaboradores, lamenta profundamente o trágico acidente ocorrido na tarde dessa quarta-feira (26) na unidade da C.Vale – Cooperativa Agroindustrial, em Palotina (PR). A explosão dos silos é inquestionavelmente uma fatalidade.
Manifestamos nossas mais sinceras condolências para as famílias das vítimas e nos solidarizamos com os associados, os funcionários, a Diretoria da cooperativa e com toda a comunidade de Palotina. Com a atuação das equipes de segurança da C.Vale e das autoridades públicas envolvidas, certamente os fatos deste lamentável evento serão esclarecidos e todas as providências serão tomadas para que novos acidentes sejam evitados.
Nesse momento, as preocupações e principais esforços estão concentrados no auxílio das vítimas e seus familiares. A C.Vale pode contar com a união e solidariedade do Sistema OCB e de todo o movimento cooperativista.
- Nenhum
Para celebrar o cooperativismo, o Sistema OCB, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) e a Organização das Nações Unidas (ONU) reuniram autoridades e cooperativistas de 21 países para debater oportunidades de intercooperação entre as nações. Entre os dias 17 a 19 a parceria promove o workshop internacional Cooperativas pelo Desenvolvimento Sustentável, mesmo tema definido pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) para comemorar o 101º Dia Internacional do Cooperativismo. Nessa segunda-feira (17), a abertura do evento, realizada no Palácio do Itamaraty, contou com a participação do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, a ministra substituta de Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha, o presidente da Frencoop, deputado Arnaldo Jardim, entre outras autoridades.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, fez a abertura do evento, agradecendo o prestígio da participação de todos os presentes e relembrou que o movimento cooperativista tem muito a comemorar. Ele fez um apanhado de ganhos e destacou o mais recente, a inclusão do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo no texto da Reforma Tributária (PEC 45/19), que está em análise no Senado depois de aprovação na Câmara. Márcio enfatizou também a importância do diálogo cada vez mais estreito com o Itamaraty para criar novas oportunidades para o cooperativismo brasileiro e, por consequência, para o Brasil.
“Demonstramos como temos trabalhado pelo desenvolvimento aliado à sustentabilidade e tudo isso passa por um processo de responsabilidade com as comunidades onde estamos inseridos, gerando prosperidade. Estamos alinhados, desde nossas raízes, aos objetivos de desenvolvimento sustentável. No ano passado movimentamos mais de R$ 500 bilhões e geramos mais de 500 mil empregos. Por isso, é chegada a hora das nossas cooperativas se internacionalizarem ainda mais. Já exportamos e compramos, mas queremos intensificar nossa participação no mercado externo, e o Itamaraty, por meio de suas embaixadas, é fundamental para isso”, afirmou o presidente.
O presidente da República em exercício também ressaltou a importância do movimento. “O cooperativismo é importante para hoje e para o futuro. Temos um mundo rico e desigual e as diferenças são nítidas. Só tem um caminho para o pequeno sobreviver chamado escala, apoio e novos mercados. Isso se dá por meio do associativismo e do cooperativismo. Não basta viver, é necessário conviver e participar. Com o crescimento do cooperativismo quem ganha é a sociedade, este é o caminho”, enfatizou Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
A embaixadora Maria Laura Rocha, ministra interina do MRE, frisou ser um prazer sediar o workshop com tantas nações. Sobre a Agenda 30, ela declarou que é prioridade absoluta do Brasil. “Prova disso é que no G20 elegemos o desenvolvimento sustentável como questão prioritária. O Brasil entende que a participação de todos é fundamental para o cumprimento dos ODS’s e temos que implementar ações urgentes e reforçar as tendências positivas. Precisamos corrigir rumos para garantir, especialmente, a erradicação da pobreza, o que tem sido refletido pelo governo brasileiro em suas políticas públicas. Reconhecemos e valorizamos o cooperativismo na redução das desigualdades e em outras pautas econômicas e sociais para a promoção do desenvolvimento sustentável”, pontuou.
A presidente da ACI Américas, Graciela Fernándes Quintas, parabenizou o trabalho da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) pela inclusão do ato cooperativo na atualização da legislação tributária brasileira. De acordo com ela, para que que o cooperativismo se aproprie da economia e a torne mais solidária, os governos e parlamentos precisam apoiar o movimento cada vez mais. “Estamos desde sempre oferecendo produtos e serviços e cumprimos cabalmente o sétimo princípio, que é o interesse pela comunidade, por meio do trabalho das cooperativas de saúde, de crédito, agrícolas e tantas outras. Não deixamos ninguém de lado, mas precisamos de mais conectividade, de uma digitalização equânime. Para atingir as metas estabelecidas na Agenda 30 precisamos nos comprometer com iniciativas aceleradoras e trazer soluções transformadoras para a sociedade. Temos aqui 21 países celebrando com diálogo e reflexão o que queremos para o futuro do cooperativismo, que pode se apropriar das economias para cuidar de nossas comunidades. Recebemos o chamado e reforçamos nosso comprometimento”, reforçou.
Presidente da Frencoop, o deputado Arnaldo Jardim (SP) parabenizou o intercâmbio de ideias que, segundo ele, resultarão em soluções para um desenvolvimento econômico e social benéfico a todos. “Receber 21 representantes de diferentes nações é uma alegria sem tamanho. Isso nos une e essa pauta tem todo o entusiasmo e o apoio do Parlamento brasileiro. A questão ambiental brasileira passa por uma legislação ativa, que estimula alternativas para o combate às mudanças climáticas. Ter o reconhecimento internacional sobre nossas práticas de sustentabilidade torna o nosso processo produtivo mais pujante e em favor de todos. Temos qualidade para fazer a diferença e complementar as relações com outras nações com a integração do cooperativismo por meio do princípio da intercooperação. Sem dúvidas teremos como marca o combate à fome, às desigualdades e a busca pela prosperidade, pois nosso movimento é inclusivo e harmônico com o meio ambiente”.
O Ponto Focal da ONU para o Cooperativismo, Andrew Allimadi, destacou os principais pontos que o mundo deve observar para atingir as metas previstas nos ODS’s. "Internacionalmente, o Brasil é muito ativo em todos os temas relacionados ao cooperativismo e o Sistema OCB tem grande responsabilidade nisso. Lidamos com vários temas sobre desenvolvimento sustentável e o objetivo principal é a erradicação da pobreza extrema. Em relação a paridade de gênero ainda temos muitas diferenças e precisamos não apenas superá-las, mas acelerar o ritmo da mudança. A questão ambiental é uma ameaça também às condições de existência humana no planeta. Sobre esse tema, em setembro será lançada a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, na qual os líderes serão chamados a se comprometerem, uma vez que muitas coisas já estão no papel e precisamos trabalhar na implementação desses objetivos”, asseverou.
O representante da ONU enfatizou ainda que é necessária uma mudança inovadora para alcançar os objetivos ao longo dos próximos sete anos. Segundo ele, as cooperativas são peças-chave nesse processo. “As cooperativas têm como essência apoiar suas comunidades e na questão ambiental elas podem relatar o que fazem e contribuir ainda mais. Nós trabalhamos para que elas tenham mais destaque e assumam responsabilidades importantes. O mundo já aprendeu muito com a Unimed e a Uniodonto, que expandiram o acesso à saúde. Na área agrícola o setor também é pujante, então o Brasil consegue dar apoio para outros países para que o cooperativismo seja mais reconhecido no mundo”, complementou.
O papel das cooperativas de crédito em pequenos municípios e seus impactos regionais estão presentes em trabalhos vencedores do Prêmio ABDE-BID de Artigos 2022 realizado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A premiação conta com apoio do Sistema OCB, da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL/ONU) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A gerente-geral do Sistema OCB, Fabiola Nader Motta, participou da cerimônia realizada nessa terça-feira (25) e entregou a premiação da categoria Sistema OCB: Desenvolvimento e Cooperativismo de Crédito.
“A pesquisa permite que a gente conheça melhor a realidade para estimular nossas cooperativas a ouvirem o que vem da academia. Temos outra parceria, desde 2018, com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e já estamos em nova chamada com investimento de R$ 4 bilhões para pesquisas direcionadas ao cooperativismo. Iniciativas como esta, de incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento, são muito importantes. Faz parte do movimento cooperativista estimular cada vez mais estudos e, por isso, essa parceria é muito significativa para nós”, ressaltou a gerente-geral.
Além de Fabíola, Integraram a mesa de abertura o presidente da ABDE e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) - agência pública de fomento à inovação, Celso Pansera; a presidente do Ipea, Luciana Servo; o especialista sênior do BID, Eduardo Sierra; e o diretor do Escritório da Cepal no Brasil, Carlos Mussi. “É muito estimulante estar participando de um programa que pensa o sistema de fomento de maneira científica com reflexões de médio e longo prazo para todos. Quero parabenizar os vencedores e também aos que submeteram os trabalhos. A busca pela informação é o mais relevante porque é desta forma que tornaremos o Brasil mais igual e mais justo”, considerou Celso Pansera.
A presidente do Ipea, por sua vez, destacou que os trabalhos das três categorias são estratégicos para a agenda nacional e para o instituto. “Estamos em uma agenda voltada para novos modelos de produção sustentável, com valor agregado, maior incorporação de tecnologias com a inclusão social. Nosso desafio é fazer um novo modelo produtivo que inclua questões de gênero, social e geracional. Para isso, precisamos de fomento e acesso ao crédito com ações não orçamentárias. A agenda do Ipea dialoga com todos que estão nesta mesa e é uma grande satisfação receber estas pesquisas que trazem importantes contribuições para o país”, destacou Luciana Servo.
A premiação foi dividida em três categorias: Financiamento ao desenvolvimento sustentável, inclusivo e inovativo; Micro, Pequenas e Médias Empresas na agenda sustentável; e Sistema OCB: Desenvolvimento e Cooperativismo de Crédito. Os artigos vencedores foram compilados em um livro, lançado durante a cerimônia.
Na categoria direcionada ao coop, a pesquisadora Andressa Guimarães Torquato Fernandes, da Universidade Federal Fluminense (UFF), conquistou o primeiro lugar com o artigo Novos modelos de moedas locais e o papel das cooperativas de crédito para o seu desenvolvimento: O caso do município de Mato Verde (MG). O segundo lugar ficou com o pesquisador Marcelo Lima, da Associação Garantidora de Crédito (RS Garanti), com o trabalho A cooperação entre os sistemas de garantia de crédito e o sistema cooperativista de crédito e o impacto no desenvolvimento regional.
Andressa Torquato disse que pesquisava sobre moedas locais e que a relação desse modelo com o cooperativismo surgiu na prática. Segundo ela, durante votação em sessão legislativa do município pela criação de moeda local, ela percebeu a presença de cooperativistas pleiteando lugar de atuação nesta questão. O artigo traz uma análise jurídica da constitucionalidade das moedas locais, regulamentações do Banco Central e como ela se mostra um modelo disruptivo no município de Mato Verde, que criou seu fundo municipal e conselho monetário, entre outros mecanismos para a implementação.
"Essa atuação conjugada entre município e cooperativa de crédito tem o condão de potencializar o desenvolvimento econômico e social com a implementação de sua moeda local. Essa conexão é um arranjo de ganha-ganha, pois colocar a moeda local em circulação estimula a economia local. Quando esse fundo é depositado em uma cooperativa, você aumenta a capacidade para que essa cooperativa distribua estes recursos para os moradores do município, além de reduzir os custos do local no gerenciamento do numerário", explicou Andressa.
Marcelo Lima enfatizou que, historicamente, os empreendedores iniciam sua jornada mais por necessidade do que por vocação. E que esta inexperiência aliada à alta carga tributária, a gestão ineficiente e a falta de créditos são as principais dificuldades enfrentadas pelos micro e pequenos empresários. “Na intenção de facilitar o acesso aos recursos e, ao mesmo tempo, capacitar estes empreendedores é que tiramos do papel o projeto CrediCaxias. Aplicado inicialmente em Caxias do Sul (RS), o projeto é o mais autêntico significado da palavra intercooperação, pois envolve poder público municipal, cooperativas de crédito e garantidoras de crédito”, descreveu o pesquisador.
Em março de 2022, o projeto iniciado em 2021, começou a se multiplicar para outros municípios. Hoje, são 11 programas em andamento em mais de 30 prefeituras que aprovam leis para participar do projeto. “Criamos todo um arcabouço técnico e toda operação é feita pela garantidora e pelas cooperativas. O projeto dá mais que dinheiro, dá acesso. Temos mais de 586 empresas contempladas e 8 mil horas de capacitações assistidas. Hoje, somos case nacional no Sebrae e, em um ano e meio, chegamos as impressionantes 2,6 mil capacitações das empresas, somando mais de 20 mil horas de treinamentos. O valor liberado às empresas caxienses soma R$ 19,8 bilhões, uma economia de R$ 25 bilhões devido aos juros menores. O impacto econômico municipal já contabilizado é de R$ 44,8 milhões e R$ 1,35 milhões de impostos gerados para os cofres do município”, relatou Lima.
Para comentar os trabalhos, foi convidado o subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, que também integrou a banca avaliadora no ano passado. “Os dois trabalhos foram escolhas importantes. As moedas locais e a questão jurídica massificam a discussão. As cooperativas como protagonistas é uma possibilidade real e que potencialmente podem tomar frente da pauta diante de outras instituições financeiras. No caso do CredCaxias, é altamente positiva e meritória essa integração entre três agentes, merece ser propagado. Estes trabalhos trazem inovações fundamentais e positivas para o nosso país. Parabéns”, avaliou Bittencourt.
Outras categorias
Na categoria Financiamento ao desenvolvimento sustentável, inclusivo e inovativo, o primeiro lugar ficou com o pesquisador do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Leonardo de Moura Perdigão Pamplona com o trabalho Potencial da Bioeconomia para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia e o papel das Instituições Financeiras de Desenvolvimento. Já o segundo lugar foi para a pesquisadora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Lindomayara França Ferreira, com o artigo Instituições e financiamento para pesquisa: avanços e desafios para as energias renováveis no Brasil.
A categoria Micro, Pequenas e Médias Empresas na agenda sustentável premiou o pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Norberto Montani Martins, pelo artigo A pandemia da covid-19 e o crédito à micro, pequenas e médias empresas no Brasil. O segundo lugar da categoria ficou com o pesquisador da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Francisco Laercio Pereira Braga, com o trabalho Sol, Sombra, Terra, Trabalho e Renda: o caso do Arranjo Produtivo Local de café sombreado da região do Maciço de Baturité, Estado do Ceará.
A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, proferiu palestra no workshop internacional Cooperativas pelo Desenvolvimento Sustentável. O encontro é uma realização do Sistema OCB, do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) e da Organização das Nações Unidas (ONU) e acontece entre os dias 17 a 19 de julho. O tema escolhido para o seminário é em referência ao 101º Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado sempre no primeiro sábado de julho. O encontro reuniu autoridades como o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e cooperativistas de 21 países de língua portuguesa. O objetivo do evento é debater oportunidades de intercooperação para fortalecer o movimento no mundo.
Tania iniciou sua apresentação com os dados do cooperativismo e seu ciclo virtuoso. Ela enfatizou que importante parte população brasileira está envolvida com o movimento, guiado pelo tripé propósito, trabalho e renda, e prosperidade para as pessoas e suas comunidades. “Somos um grande movimento que traz justiça social, cuidado ambiental e inclusão das pessoas. No Ramo Agropecuário temos levado tecnologia para o campo por meio dos nossos mais de 8 mil técnicos e extensionistas que capacitam e atualizam nossos cooperados”.
Ela acrescentou ainda, que o ramo é importante para a inclusão de pequenos produtores. “Quando falamos de inclusão, é importante ressaltar que 72% dos produtores têm perfil da agricultura familiar e que eles são responsáveis por 53% da safra nacional. Dentro de algumas culturas nossa força também é evidenciada como, por exemplo, na de trigo (75%), na de café (55%), ou na de soja (52%). Exportamos para mais de 100 países. Sabemos da nossa contribuição com a segurança alimentar mundial e queremos fazer mais”, ressaltou.
O cooperativismo de crédito também foi salientado pela superintendente por seu crescimento expressivo e por sua presença nos rincões do país, onde outras instituições financeiras não têm interesse em atuar. Ela falou ainda do cuidado das cooperativas que levam energia limpa e sustentável em áreas urbanas e rurais. “São mais de 540 projetos de geração de energia, fornecendo energia suficiente para abastecer mais de 1,2 milhão de residências”, disse.
Tania também explicou que os ganhos do movimento são fruto de muito trabalho, alinhado à representação institucional do Sistema OCB, acionado pela base a partir de suas Organizações Estaduais. A atuação junto aos Três Poderes se dá por meio dos mais de 60 fóruns de discussão, no Executivo; em ações na condição de amicus curiae, no Judiciário; e no monitoramento e articulação de propostas no Legislativo, com participação da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). Além disso, as reuniões com atores estratégicos de entidades e agências também são realizadas para captar oportunidades de negócios.
“Além da representação, temos ainda dois eixos de atuação: ESG (respeito ambiental, cuidado social e boa gestão) e Negócios (nacional e internacional) para aumentar a competitividade das nossas cooperativas. Estamos implementando essa pauta mundial com o ESGCoop, para mostrar onde estão as nossas boas práticas, mapeando-as para mensurar os resultados nos parâmetros internacionais e comunicar isto para a sociedade. Temos inúmeros exemplos de que as cooperativas contribuem para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS’s)”, afirmou.
A superintendente lembrou que a presença do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, no Conselho de Administração da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) é muito importante para levar as contribuições brasileiras às políticas públicas mundiais do movimento. Por fim, ela agradeceu a parceria de longa data com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), órgão vinculado ao Itamaraty, que tem fomentado o desenvolvimento do cooperativismo em outros países por meio da cooperação internacional.
A palestra foi encerrada com um vídeo institucional do Sistema OCB sobre o desafio do coop brasileiro a ser cumprido até 2027, o BRC 1 Tri, que pretende movimentar financeiramente R$ 1 trilhão em prosperidade, agregar 30 milhões de cooperados e gerar 1 milhão de empregos diretos.